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Países africanos decretam estado de emergência por ebola

Vírus já causou quase mil mortes e continente europeu recebeu o primeiro infectado para tratamento

Médicos carregam corpo de vítima do Ebola em Serra Leoa: epidemia já deixou 887 mortos (Umaru Fofana/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2014 às 13h55.

Lisboa - Países da África Ocidental afetados pelo ebola estão decretando estado de emergência. O vírus já causou quase mil mortes . A Europa recebeu o primeiro infectado para tratamento.

Na Libéria, onde os corpos dos mortos permanecem nas ruas, o presidente Ellen Johnson Sirleaf declarou estado de emergência nacional por pelo menos 90 dias, alegando que medidas extraordinárias são necessárias para garantir a “própria sobrevivência do país”.

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No país, barreiras militares estão impedindo centenas de pessoas de deixar a província de Grand Cape Mount, que faz fronteira com Serra Leoa, e a capital Monróvia, devido ao surto. De acordo com a Agência Lusa, o governo da Libéria alega que a medida é para evitar de pessoas contaminadas passem para áreas não contaminadas.

Em Serra Leoa, 800 militares foram deslocados para hospitais e clínicas para ajudar no tratamento dos casos de ebola. O Parlamento deverá reunir-se para ratificar o estado de emergência declarado na semana passada.

Na Nigéria, a preocupação com a doença aumentou, depois da morte de uma freira em Lagos. Foi a segunda morte registrada pelo ebola no país. O país espera receber um medicamento norte-americano, ainda em fase de testes, para impedir a propagação do vírus, mas o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considerou que ainda é cedo para enviar o remédio e apela para a construção de “uma infraestrutura pública forte”.

Desde o início do ano, a epidemia causou 932 mortes e mais de 1.700 pessoas estão infectadas na Guiné-Conacri, Libéria, em Serra Leoa e na Nigéria.

O ebola causa febre alta e, nos casos mais graves, hemorragias. É transmitida pelo contato com fluidos corporais e as pessoas que estão próximas aos pacientes são as que apresentam maior risco de contrair a doença.

Enquanto os países africanos tentam conter a disseminação da epidemia, a Espanha retirou de Monróvia um padre católico, Miguel Pajares, de 75 anos, que adoeceu quando prestava auxílio a doentes em um hospital na capital da Libéria. O missionário foi o primeiro paciente a ser transportado para a Europa para receber tratamento.

O avião militar, com equipamento especial, transportou o padre hoje de manhã para Madri, junto com uma freira espanhola, que trabalhou no mesmo hospital na Libéria, mas que não teve resultado positivo no teste da doença, anunciou o governo espanhol.

O padre encontrava-se estável e sem sinais de hemorragias, enquanto a freira aparenta estar bem e deverá voltar a ser submetida a testes.

Dois cidadãos norte-americanos que trabalhavam para instituições cristãs na Libéria, também infectados, foram levados para os Estados Unidos nos últimos dias e têm mostrado sinais de melhora, depois de terem tomado um medicamento experimental, conhecido como ZMapp, que é difícil de se produzir em larga escala.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou uma sessão de emergência, que ocorre desde quarta-feira, em Genebra, a portas fechadas, para decidir se deverá ser declarada crise internacional. A decisão é esperada para esta sexta-feira.

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