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Padre austríaco defende processo aberto de escolha do papa

Padre pediu aos líderes da Igreja para abandonar seu sigilo e perguntar aos fiéis quem deveria liderá-los

O reverendo Helmut Schueller, chefe de um grupo de sacerdotes, disse que a escolha de um sucessor de Bento era uma oportunidade para abraçar o debate público (AFP/ Andreas Solaro)
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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2013 às 12h48.

Viena - Um padre dissidente austríaco, cujo pedido para desobedecer alguns ensinamentos católicos provocou uma repreensão do papa Bento 16 no ano passado, pediu aos líderes da Igreja para abandonar seu sigilo e perguntar aos fiéis quem deveria liderá-los.

O reverendo Helmut Schueller, chefe de um grupo de sacerdotes que desafia abertamente as posições da Igreja sobre temas tabu como o celibato sacerdotal e a ordenação de mulheres, disse que a escolha de um sucessor de Bento era uma oportunidade para abraçar o debate público.

Schueller afirma que seu grupo representa 10 por cento do clero da Áustria e possui amplo apoio público à sua promessa de quebrar as regras da Igreja, dando comunhão aos protestantes e católicos divorciados que casam novamente.

"Se as coisas estivessem indo bem, os padres do conclave estariam, no mínimo, indo às bases da Igreja e convocando reuniões para realmente ouvir o que os fieis esperam", disse ele à Reuters em uma entrevista por telefone nesta quarta-feira.

"Eu acho inapropriado este método todo que os cardeais se retiram em seu próprio círculo e algo vaza aqui e ali sobre quem poderia estar sob consideração", disse Schueller, cujo grupo está ganhando cada vez mais atenção no exterior. "A maioria dos fiéis sabe quase nada sobre essas pessoas." Cerca de 117 cardeais vão participar de um conclave de portas fechadas no Vaticano, em meados de março, para eleger um sucessor de Bento 16, que surpreendeu os católicos do mundo na segunda-feira ao anunciar que deixará o cargo em 28 de fevereiro.


Não há campanhas abertas ou candidatos declarados para o cargo e os cardeais são proibidos pela lei da Igreja de revelar em quem votaram. Muitos cardeais escolhem seu favorito depois de uma série de contatos discretos nos dias anteriores à eleição.

Linguagem cifrada

Um dos favoritos para ser escolhido papa é o cardeal Christoph Schoenborn, que teve Schueller como seu vice na arquidiocese de Viena tempos atrás. Sua decisão de debater ao invés de disciplinar seus sacerdotes dissidentes pode contar contra Schoenborn entre os cardeais linha-dura.

Schueller disse que uma decisão tão importante exigia todo o tempo e esforço necessários para formar um amplo consenso, em vez de deixar que um pequeno grupo de líderes decidisse isso em segredo.

"Um bilhão de católicos estão ouvindo o que está (sendo discutido) em linguagem cifrada inteiramente secreta", reclamou ele, chamando de indigno que os leigos ouçam sobre o processo apenas por jornalistas no Vaticano.

"Esta espera passiva é repugnante. Realmente chegou o momento, e é compatível com a dignidade dos fieis, que (os cardeais) coloquem suas cartas na mesa", declarou ele.

Católicos reformistas austríacos durante décadas desafiaram as políticas conservadoras de Bento 16 e de seu predecessor, o papa João Paulo 2o, criando movimentos de protesto e defendendo mudanças que o Vaticano rejeita firmemente.

Bento 16, que durante mais de duas décadas antes de sua eleição em 2005 foi responsável pelo cumprimento da doutrina do Vaticano, destacou os rebeldes austríacos em críticas em abril passado, enquanto reafirmava a proibição da Igreja sobre a ordenação de mulheres.

O pontífice alemão disse que não iria aceitar a revolta aberta de clérigos e leigos.

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Viena - Um padre dissidente austríaco, cujo pedido para desobedecer alguns ensinamentos católicos provocou uma repreensão do papa Bento 16 no ano passado, pediu aos líderes da Igreja para abandonar seu sigilo e perguntar aos fiéis quem deveria liderá-los.

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"Se as coisas estivessem indo bem, os padres do conclave estariam, no mínimo, indo às bases da Igreja e convocando reuniões para realmente ouvir o que os fieis esperam", disse ele à Reuters em uma entrevista por telefone nesta quarta-feira.

"Eu acho inapropriado este método todo que os cardeais se retiram em seu próprio círculo e algo vaza aqui e ali sobre quem poderia estar sob consideração", disse Schueller, cujo grupo está ganhando cada vez mais atenção no exterior. "A maioria dos fiéis sabe quase nada sobre essas pessoas." Cerca de 117 cardeais vão participar de um conclave de portas fechadas no Vaticano, em meados de março, para eleger um sucessor de Bento 16, que surpreendeu os católicos do mundo na segunda-feira ao anunciar que deixará o cargo em 28 de fevereiro.


Não há campanhas abertas ou candidatos declarados para o cargo e os cardeais são proibidos pela lei da Igreja de revelar em quem votaram. Muitos cardeais escolhem seu favorito depois de uma série de contatos discretos nos dias anteriores à eleição.

Linguagem cifrada

Um dos favoritos para ser escolhido papa é o cardeal Christoph Schoenborn, que teve Schueller como seu vice na arquidiocese de Viena tempos atrás. Sua decisão de debater ao invés de disciplinar seus sacerdotes dissidentes pode contar contra Schoenborn entre os cardeais linha-dura.

Schueller disse que uma decisão tão importante exigia todo o tempo e esforço necessários para formar um amplo consenso, em vez de deixar que um pequeno grupo de líderes decidisse isso em segredo.

"Um bilhão de católicos estão ouvindo o que está (sendo discutido) em linguagem cifrada inteiramente secreta", reclamou ele, chamando de indigno que os leigos ouçam sobre o processo apenas por jornalistas no Vaticano.

"Esta espera passiva é repugnante. Realmente chegou o momento, e é compatível com a dignidade dos fieis, que (os cardeais) coloquem suas cartas na mesa", declarou ele.

Católicos reformistas austríacos durante décadas desafiaram as políticas conservadoras de Bento 16 e de seu predecessor, o papa João Paulo 2o, criando movimentos de protesto e defendendo mudanças que o Vaticano rejeita firmemente.

Bento 16, que durante mais de duas décadas antes de sua eleição em 2005 foi responsável pelo cumprimento da doutrina do Vaticano, destacou os rebeldes austríacos em críticas em abril passado, enquanto reafirmava a proibição da Igreja sobre a ordenação de mulheres.

O pontífice alemão disse que não iria aceitar a revolta aberta de clérigos e leigos.

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