São Paulo - Grandes protestos ocorreram ontem pela segunda noite seguida em Nova York e outras cidades americanas, após tribunal decidir não indiciar Daniel Pantaleo, um policial branco que participou de ação que matou Eric Garner, um homem negro de 43 anos suspeito de vender cigarros ilegalmente na área de Staten Island.

Na noite de ontem, os protestos seguiram com tranquilidade, mas houve tensão durante marcha de 3 mil manifestantes que bloqueou o cruzamento da Rua 42 com a Sétima avenida, um dos mais importantes da cidade. Na quarta-feira, quase 5 mil pessoas ocuparam locais como a Times Square e áreas do Harlem e do Staten Island, bairro onde ocorreu o incidente que matou Garner.

A ação ocorreu em julho deste ano, e mostra vários policiais brancos cercando e contendo Garner à força. Ao mesmo tempo, Pantaleo agarra a vítima pelo pescoço, uma prática que é proibida em Nova York, e a asfixia. Antes de ficar desacordado, Garner, que era pai de três filhos, reclama 11 vezes que não consegue respirar. Mesmo depois dos policiais interromperem a agressão, o homem, obeso e asmático, fica desacordado e é declarado morto em seguida no hospital.

Toda a ação foi gravada por um cinegrafista amador, e o vídeo foi amplamente divulgado:

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Apesar do instituto médico legal qualificar a morte como homicídio, o júri popular que avaliou o caso concluiu que não foram encontradas provas suficientes para denunciar o policial, o que voltou a aumentar as tensões raciais e a pressão sobre as autoridades. O secretário americano da Justiça, Eric Holder, disse que será aberta uma investigação federal sobre a possível violação de direitos civis no caso. Representantes da ONU também se pronunciaram sobre o assunto.

O parecer do júri é similar ao veredicto do tribunal de Ferguson, Missouri, que não responsabilizou o policial branco Darren Wilson que matou com 6 tiros o jovem negro desarmado Michael Brown, o que gerou protestos em todo o país.

Veja algumas imagens dos protestos sobre o caso de Eric Garner e, na galeria ao final da matéria, as fotos das manifestações em Ferguson pela morte de Michael Brown.