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Otan mantém pressão sobre Rússia por conflito ucraniano

Putin e Kerry tiveram na terça-feira em Sochi, no sul da Rússia, um encontro de quatro horas, classificado de franco e produtivo pela delegação americana

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, o chanceler ucraniano, Pavlo Klimkin, e o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, posam em Antalya (Ozan Kose/AFP)

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, o chanceler ucraniano, Pavlo Klimkin, e o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, posam em Antalya (Ozan Kose/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2015 às 11h16.

Antalya - A Otan manteve nesta quarta-feira a pressão sobre a Rússia e os separatistas pró-russos para que respeitem a trégua no leste da Ucrânia, um dia após uma reunião entre o presidente russo e o secretário americano de Estado.

"Esperamos que o presidente (russo Vladimir) Putin, a Rússia e os separatistas se reúnam com o governo ucraniano para aplicar completamente (o cessar-fogo) e avançar", declarou o secretário americano de Estado, John Kerry, antes de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da Otan em Antalya, no sudoeste da Turquia.

Putin e Kerry tiveram na terça-feira em Sochi, no sul da Rússia, um encontro de quatro horas, classificado de franco e produtivo pela delegação americana.

A reunião significou um sinal de que as relações entre Washington e Moscou podem estar melhorando após mais de um ano de tensões pelo conflito ucraniano.

Kerry se reuniu posteriormente, também durante quatro horas, com o colega russo Serguei Lavrov. Em uma coletiva de imprensa, ambos mostraram sua vontade de voltar a trabalhar juntos em grandes questões internacionais, como a guerra na Síria ou as negociações sobre o programa nuclear iraniano.

Os chefes da diplomacia da Otan, reunidos durante dois dias em um hotel de Antalya, abordarão nesta quarta-feira a situação na Ucrânia com seu colega de Kiev, Pavlo Klimkin. A guerra entre o exército ucraniano e os separatistas pró-Moscou deixou ao menos 6.200 mortos no leste do país desde seu início, há pouco mais de um ano.

Klimkin se reuniu no início da manhã com Kerry, que pegou um avião rumo a Washington, onde o presidente Barack Obama receberá nesta quarta-feira representantes das monarquias do Golfo.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, pediu antes da reunião a aplicação urgente do cessar-fogo assinado em fevereiro, que não impediu que os beligerantes sigam trocando tiros todos os dias.

Nas últimas semanas, os combates se tornaram mais intensos em alguns pontos do front, chegando a deixar vários mortos por dias nos dois grupos.

Sanções

"Convocamos a Rússia a deixar de apoiar os separatistas e a retirar suas forças do leste da Ucrânia", insistiu Stoltenberg.

O primeiro-ministro turco, Ahmed Davutoglu, mostrou-se por sua vez, muito crítico com a anexação ilegal da Crimeia pela Rússia, em março de 2014.

Na véspera, o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu, já havia declarado que "nada justifica o que a Rússia fez com seus vizinhos".

Kerry voltou a pedir a retirada das armas pesadas do front, uma das condições dos acordos assinados em fevereiro em Minsk. Também exigiu que seja facilitado o acesso dos observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) a todas as zonas do leste, incluindo as mais conflitivas.

"Há uma oportunidade enorme para que o conflito encontre o caminho para sua resolução", opinou Kerry, lembrando que Kiev e os rebeldes mantiveram nesta semana conversas sobre segurança, economia ou aspectos humanitários.

O secretário de Estado voltou a mencionar as duras sanções impostas à Rússia pelos Estados Unidos e pela União Europeia, que representa 22 dos 28 membros da Otan.

"Preferiríamos não ter sanções, mas haverá sanções em um esforço para garantir a paz que todos querem" declarou.

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