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Os números do ódio nos Estados Unidos

Os eventos dos últimos dias nos EUA trouxeram à tona uma verdade chocante: movimentos racistas estão vivos e dispostos a permanecerem nos holofotes. Entenda

Supremacistas brancos em marcha na cidade de Charlottesville, EUA: 917 grupos de ódio estão em atividade no país atualmente (Chip Somodevilla/Getty Images)

Gabriela Ruic

Publicado em 19 de agosto de 2017 às 06h00.

Última atualização em 19 de agosto de 2017 às 06h00.

São Paulo – Os eventos dos últimos dias nos Estados Unidos revelaram uma verdade incômoda: movimentos racistas estão mais vivos do que nunca, dispostos a continuarem sob os holofotes. Esses grupos atuam em diferentes áreas e tem diferentes nomes. Em comum, tem o ódio e o preconceito racial, religioso ou sexual.

Em Charlottesville, o mundo observou evidências desse fenômeno. Há cerca de uma semana, uma marcha organizada por grupos supremacistas e que tinha como objetivo protestar contra a remoção de um monumento que simboliza a escravidão e o racismo nos EUA, terminou em um violento confronto com opositores. Ao todo, 20 pessoas ficaram feridas e uma morreu.

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Do lado do governo americano, a reação aos eventos foi chocante: depois de endereçar o tema diversas vezes, e cada uma delas em tons diferentes, o presidente Donald Trump terminou com uma declaração que equiparou manifestantes contrários à marcha racista aos membros do grupo Ku Klux Klan (KKK), a mais antiga organização racista em atividade nos EUA.

Entre supremacistas e neonazistas, as inconsistências do presidente foram celebradas. “Isso (os eventos em Charlottesville) representam uma reviravolta para as pessoas desse país”, disse David Duke um dos membros mais populares da infame KKK. “Vamos realizar as promessas de Trump. É por isso que votamos nele: ele vai trazer o nosso país de volta”, continuou.

Tensão nos EUA

Não é novidade que os EUA vivem em clima de tensão racial, mas especialistas avaliam que a campanha presidencial e consequente eleição de Trump tenham servido de motor para o aumento no número de crimes de ódio no país.

Durante sua campanha, especificamente, o então candidato foi criticado diversas vezes por não rechaçar o apoio recebido por nomes lidados à essas organizações. O de Duke é apenas um dos vários exemplos.

“Desde o dia em que Trump anunciou sua candidatura, colocou ainda mais gasolina nessa fogueira”, notou Richard Cohen, presidente da Southern Poverty Law Center, organização americana que luta contra o racismo desde a década de 80 e que monitora os movimentos desses grupos. “Ele (Trump) pede união ao país se una, mas desvia de sua responsabilidade nessa divisão”, afirma.

Abaixo, veja no infográfico produzido por EXAME como é a presença desses movimentos nos EUA, hoje, e veja os números relacionados aos crimes de ódio.


-(Rodrigo Sanches/Site Exame)

 

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