Exame Logo

Os milagres do rio Han na Coreia do Sul

Rio Han é visto pelos coreanos como um milagre, por transformar um país com poucos recursos naturais em um dos mais avançados e competitivos do mundo

Rio Han, Coreia do Sul: Seul continua sendo, no entanto, uma cidade de contrastes (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2014 às 09h45.

Seul - O caudaloso rio Han que atravessa Seul é visto pelos coreanos como um "milagre", por transformar um país devastado pela guerra civil (1950-53) e com poucos recursos naturais em um dos mais avançados e competitivos do mundo.

Mas houve mais milagres.

Em Seul, arranha-céus de aço e vidro e impressionantes redes de comunicação lembram filmes futuristas e encenam a decolagem da Coreia do Sul , até se transformar na quarta economia asiática e na 15ª mundial.

Já na chegada, o aeroporto internacional de Incheon, considerado o melhor do mundo pelo oitavo ano consecutivo, surpreende por seu design vanguardista e avanços tecnológicos.

A exportação, a inovação e, principalmente, uma forte aposta na educação, considerada crucial para o êxito e à qual se destina 5% do PIB, são chaves no desenvolvimento desta competitiva nação asiática, que tecnicamente segue em guerra com sua vizinha comunista Coreia do Norte.

"Temos um território muito pequeno com 50 milhões de habitantes e todos têm que sobreviver", disse à Agência Efe o diretor de Informação da agência coreana de notícias "Yonhap", Lee Ki Chang.

"Há uma vontade de ter êxito, de querer ser o primeiro. Por isso somos muito trabalhadores", argumentou ao ser perguntado pelas razões do "milagre do rio Han".

Os coreanos se referem assim ao período de 1953 a 1997, quando de um país rural e pobre evoluiu para uma economia industrializada orientada à exportação e com alto crescimento.

E ocorreram outros dois "milagres".

A crise asiática de 1997 derivou na Coreia do Sul em uma grave crise de liquidez com empresas fortemente endividadas, que superou em um tempo recorde graças a sua pujante indústria.

Empresas coreanas como Samsung , LM, Hyundai e Kia se transformaram em potentes multinacionais que, de grandes conglomerados industriais "chaebol", impulsionaram outro forte ciclo de crescimento.


Por causa da crise de 1997, a Coreia mudou o modelo produtivo e realizou uma reestruturação financeira, com um estímulo do sistema educacional rumo ao desenvolvimento de novas tecnologias.

E, em 2008, a crise global pôs de novo a toda prova o país asiático, que rapidamente se adaptou ao novo ciclo econômico com mais reformas financeiras e uma estratégia de inovação.

Assim, a Coreia do Sul chegou à liderança mundial no acesso à internet mais rápido do mundo e de banda larga per capita mais alto, ou, no campo industrial, com o primeiro posto em construção naval.

Também é um dos países de ponta em robótica.

Nessa decolagem foi decisivo o compromisso entre empresários e trabalhadores, com o governo como intermediário e o apoio de políticos e líderes sociais, para aprovar reformas econômicas muito duras, disseram à Agência Efe fontes diplomáticas.

E os valores confuncionistas para superar dificuldades.

A receita é educação e trabalho, a motivação da população e uma liderança que soube se adaptar aos novos tempos com uma aposta pela inovação, segundo analistas.

Mas, há contrapontos, como longas jornadas trabalhistas e 15 dias de férias anuais, e onde os estudantes suportam também extensas e exigentes jornadas, que derivam em uma forte pressão competitiva, estresse, taxas altas de suicídios e pouco tempo de lazer.

Neste país já quase tudo é digital e até é possível fazer compras em uma estação de metrô, onde existem alguns supermercados virtuais com grandes telas nas quais se pode escanear os códigos de produtos e ter o pedido disponível ao chegar em casa.

O sentimento coletivo coreano é patente nas empresas e nas ruas, onde é impossível ver um papel no chão ou um serviço de uso comum em mal estado.

A música K-pop também virou moda e se transformou em um importante mercado de exportação. É a "onda coreana" lançada pelo cantor coreano Psy, com seu "Gangnam Style".

Seul continua sendo, no entanto, uma cidade de contrastes, que conserva um forte identidade e valores culturais orientais.

Junto ao alarde tecnológico e futurista desdobrado nas principais cidades do país, convivem monumentos históricos como palácios imperiais que datam do século XV.

Muitos desses monumentos tiveram que ser reconstruídos após a invasão japonesa, explicou à Agência Efe o diretor do Museu de História de Seul, Hong-Bin Kang, que entesoura nessa instituição milhares de documentos e imagens da evolução da capital coreana que sofreu as consequências de sucessivos conflitos bélicos.

Agora, a diminuição progressiva da força de trabalho pela baixa taxa de natalidade e o envelhecimento da população é uma das principais preocupações e um desafio para o futuro.

Os coreanos esperam outro milagre de seu emblemático rio.

A Noruega é um dos maiores exportadores de petróleo e gás do mundo. Suas indústrias extrativas foram responsáveis por 74 % das exportações e 30 % das receitas do governo em 2011. O Estado regula o setor de forma eficaz e criou um ambiente competitivo para as empresas que operam em seu território. Pontuação total: 98
Ambiente institucional e jurídico: 100
Práticas transparentes de reporte: 97
Segurança e controle de qualidade: 98
Ambiente favorável para negócios: 98
  • 2. 2 - Estados Unidos

    2 /12(.)

  • Veja também

    Com um sistema federal e várias agências reguladoras, as disposições legais e fiscais que regem os recursos petrolíferos e minerais nos Estados Unidos são complexas. Por esta razão, o RGI concentrou-se em extração de petróleo no Golfo do México, onde 23 % do petróleo bruto dos EUA é produzido. A região é de especial preocupação após o derramamento de óleo da BP, em 2010, que expôs lacunas críticas na fiscalização do governo federal. Pontuação total: 92
    Ambiente institucional e jurídico: 88
    Práticas transparentes de reporte: 97
    Segurança e controle de qualidade: 89
    Ambiente favorável para negócios: 90
  • 3. 3 - Reino Unido

    3 /12(Matthew Lloyd/ Getty Images)

  • O Reino Unido é o maior produtor de petróleo da União Europeia e o segundo maior produtor de gás natural. Enquanto o consumo interno tem se mantido relativamente constante nos últimos anos, a produção diminuiu, tornando o país um importador líquido de petróleo e gás. Pontuação total: 88
    Ambiente institucional e jurídico: 79
    Práticas transparentes de reporte: 91
    Segurança e controle de qualidade: 83
    Ambiente favorável para negócios: 93
  • 4. 4 - Austrália

    4 /12(Getty Images)

    A Austrália possui extensas reservas de carvão, ferro, cobre, ouro, gás natural e urânio. Sozinha, a indústria extrativa foi responsável por 10% do produto interno bruto do país em 2010. Pontuação total: 85
    Ambiente institucional e jurídico: 88
    Práticas transparentes de reporte: 87
    Segurança e controle de qualidade: 65
    Ambiente favorável para negócios: 96
  • 5. 5 - Brasil

    5 /12(REUTERS/Bruno Domingos)

    Recentes descobertas de recursos do pré-sal têm o potencial de tornar o Brasil o quinto maior produtor de petróleo do mundo em 2020. O país também tem uma indústria de mineração crescente e é um grande exportador de minério de ferro, alumínio, bauxita e outros metais industriais. Enquanto o Brasil consome todo o seu gás natural e maior parte de sua produção de petróleo atual, as indústrias extrativas  representam 30 % das exportações. Pontuação total: 80
    Ambiente institucional e jurídico: 81
    Práticas transparentes de reporte: 78
    Segurança e controle de qualidade: 96
    Ambiente favorável para negócios: 66
  • 6. 6 - México

    6 /12(Getty Images)

    A produção de petróleo tem sido a atividade extrativista mais importante no México desde 1970. Do petróleo saiu 33 % da receita do governo e 20 % das exportações em 2011. Apesar de ser um dos maiores produtores do mundo, o México enfrenta queda nas suas exportações a medida que se esgotam seus campos e aumenta o consumo doméstico. Pontuação total: 77
    Ambiente institucional e jurídico: 84
    Práticas transparentes de reporte: 82
    Segurança e controle de qualidade: 81
    Ambiente favorável para negócios: 53
  • 7. 7 - Canadá

    7 /12(Getty Images)

    As indústrias extrativas desempenham um papel grande e crescente na economia do Canadá. Petróleo e minerais responderam por 38% das exportações de mercadorias em 2011. A província de Alberta é a maior região petrolífera do Canadá, dona de 96% das reservas do país. Em vista do papel descomunal de Alberta no setor extrativo e a importância das leis e as autoridades da região, o RGI centrou sua avaliação na área. Pontuação total: 76
    Ambiente institucional e jurídico: 67
    Práticas transparentes de reporte: 72
    Segurança e controle de qualidade: 74
    Ambiente favorável para negócios: 96
  • 8. 8 - Chile

    8 /12(Wikimedia Commons)

    Chile é o maior produtor de cobre do mundo, com 5,5 milhões de toneladas produzidas em 2010. As exportações de minerais representaram cerca de dois terços do total de exportações do país e 40% de seu PIB em 2011. Pontuação total: 75
    Ambiente institucional e jurídico: 77
    Práticas transparentes de reporte: 74
    Segurança e controle de qualidade: 65
    Ambiente favorável para negócios: 87
  • 9. 9 - Colômbia

    9 /12(Wikimedia Commons)

    O setor extrativo foi responsável por 69% das exportações da Colômbia em 2011. A indústria do petróleo é particularmente importante, gerando 4% da receita total do governo daquele ano. Os incentivos fiscais e as reformas do mercado criaram condições atrativas para o investimento estrangeiro direto e uma série de empresas multinacionais começaram recentemente suas operações por lá. Pontuação total: 74
    Ambiente institucional e jurídico: 45
    Práticas transparentes de reporte: 73
    Segurança e controle de qualidade: 91
    Ambiente favorável para negócios: 58
  • 10. 10 - Trinidade e Tobago

    10 /12(Wikimedia Commons)

    Trinidade e Tobago é o maior produtor de petróleo do Caribe. Quarenta e quatro por cento das receitas do governo em 2011 vieram do setor de óleo e gás. Já o setor extrativo como um todo foi responsável por 37 % do PIB e 66 % das exportações em 2010. Pontuação total: 74
    Ambiente institucional e jurídico: 64
    Práticas transparentes de reporte: 83
    Segurança e controle de qualidade: 86
    Ambiente favorável para negócios: 52
  • 11. 11 - Peru

    11 /12(Getty Images)

    O Peru é um grande produtor mineral, principalmente de ouro e cobre. As indústrias extrativas representaram 11 % do produto interno bruto e 64 % das exportações em 2011. Pontuação total: 73
    Ambiente institucional e jurídico: 88
    Práticas transparentes de reporte: 83
    Segurança e controle de qualidade: 56
    Ambiente favorável para negócios: 55
  • 12. Pode respirar fundo

    12 /12(Getty Images)

  • Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCoreia do SulCrescimento econômicoDesenvolvimento econômico

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Mundo

    Mais na Exame