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Os caminhos para a vitória de Biden e Trump

Existem algumas possibilidades para ambos os candidatos, mas tudo indica que Biden agora é o amplo favorito

Donald Trump e Joe Biden (Brian Snyder/Carlos Barria/Reuters)

Mariana Martucci

Publicado em 4 de novembro de 2020 às 17h19.

Última atualização em 4 de novembro de 2020 às 18h26.

Há quatro anos, os democratas acordaram na terça-feira da eleição presidencial cheios de otimismo. Quando a apuração começou a avançar nos estados decisivos, a esperança deu lugar à apreensão, que se transformou em incredulidade. Contrariando todos os prognósticos, Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos.

Neste ano, a situação é um pouco diferente. A rejeição categórica a Trump indicada nas pesquisas não se materializou. As expectativas de ganhar em estados como Flórida, sempre uma incógnita, e até mesmo o conservador Texas foram rapidamente descartadas.

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No final da noite da eleição, o placar do colégio eleitoral indicava uma situação vantajosa para Joe Biden, mas o sonho de uma demonstração incontestável rapidamente foi afastado.

Até este momento, Biden tem garantidos 237 votos do colégio eleitoral. Trump tem 213. Para vencer a eleição indireta, um candidato precisa chegar a 270 (de um total de 538).

Existem algumas possibilidades para ambos os candidatos, mas tudo indica que Biden agora é o amplo favorito. Mesmo que o democrata assegure a maioria necessária — o que pode acontecer entre hoje e amanhã —, isso não significa que Donald Trump esteja disposto a admitir a derrota tão cedo.

Veja abaixo alguns dos cenários possíveis para vitórias tanto de Biden quanto de Donald Trump. Note que os cenários não são exaustivos e pode haver combinações diferentes. Mas, dado o estado da apuração na tarde desta quarta-feira, são considerados os mais prováveis.

Os caminhos de Biden

O democrata está liderando a apuração em Arizona (11 votos no colégio eleitoral), Michigan (16) e Nevada (seis). Se for declarado o vencedor nos três, o que é uma possibilidade real pois os votos a apurar estão em áreas metropolitanas, Biden atinge os 270 e é o virtual novo presidente dos Estados Unidos. Este resultado só se confirmaria amanhã, pois Nevada não vai anunciar novos dados nesta quarta-feira.

Caso Biden perca no Arizona (onde Trump venceu há quatro anos), mas  vença em Michigan (16), Nevada (seis) e na Pensilvânia (20), atingiria 279 votos. O democrata está atrás na contagem dos votos da Pensilvânia, mas o estado tem a apuração mais atrasada, e as áreas a contar são justamente aquelas em que se espera uma vitória confortável de Biden. Não há previsão para anúncio dos totais do estado, mas eles certamente não serão conhecidos amanhã.

Uma terceira possibilidade de vitória de Biden envolve o estado da Geórgia, vencido por Trump em 2016 e tradicionalmente conservador. Caso leve os 16 votos do estado, o democrata precisaria da vitória em Michigan (16) ou Pensilvânia (20), mais Nevada (seis) ou Arizona (11).

Os caminhos de Trump

As portas para a reeleição de Trump, neste momento, estão se fechando. O consenso é que a vantagem de Biden em Michigan, apesar de pequena, deva se manter, já que os votos a ser contados tendem a favorecer os democratas.

O presidente tem mais chance de virar o jogo no Arizona, onde foi vitorioso há quatro anos, mas isso não é garantido. Igualmente, existem dúvidas de que sua vantagem na Geórgia resista quando forem contados os votos remanescentes de áreas metropolitanas como Atlanta, a maior cidade do estado.

Caso se confirme a vitória na Carolina do Norte (15 votos no colégio eleitoral), algo virtualmente assegurado, Trump ainda precisaria da Geórgia (16) e da Pensilvânia (20) — onde tem liderança provisória, além de viradas em Michigan (16) e Arizona (11) ou Nevada (seis).

Outro cenário: caso Biden confirme a vitória em Michigan, Trump teria de obrigatoriamente vencer em Nevada, Geórgia, Pensilvânia e Carolina do Norte, sendo que apenas neste último sua situação atual é confortável.

Isso não significa que Donald Trump esteja se preparando para admitir a derrota — pelo contrário.

O presidente vem há meses reclamando de supostas fraudes na eleição pelo correio e espera-se que sua campanha entre na Justiça para contestar estados em que a disputa for apertada, como Wisconsin e possivelmente Michigan e Pensilvânia.

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