Os 10 países que mais tentam calar a imprensa
O Comitê de Proteção aos Jornalistas divulgou seu ranking anual no qual mostra os países do mundo mais tentam censurar esta atividade. Confira quais são eles
Gabriela Ruic
Publicado em 5 de maio de 2015 às 11h35.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h44.
São Paulo – Em 2014, 221 jornalistas foram presos em todo o planeta por conta do seu trabalho. Só na China , o lugar que mais prende estes profissionais, 44 pessoas estão ou estiveram nesta situação no ano passado. Desde 1992, foram registradas mais de 1.123 mortes de jornalistas enquanto no exercício de suas funções e o local considerado o mais mortal é o Iraque: 166 pessoas morreram no país nos últimos 23 anos. Estes dados são do Comitê de Proteção dos Jornalistas, uma organização internacional que promove a liberdade de imprensa . Recentemente, a entidade divulgou seu ranking anual no qual mostra quais países do mundo mais tentam censurar jornalistas. Para tanto, avaliou as diferentes iniciativas dos governos para barrar atividades jornalísticas como medidas repressoras, que incluem até mesmo a prisão, e também as restrições quanto ao uso da internet. Confira nas imagens.
O país é aquele que conta com o maior número de jornalistas presos em toda a África (22 pessoas que, segundo o CPJ, sequer tiveram a chance de se defender na Justiça) e, por lá, a imprensa estatal é a única que tem a permissão para produzir notícias. Ainda assim, analisa o CPJ, os jornalistas que trabalham para estes veículos são constantemente pressionados a não publicarem qualquer conteúdo que possa ser visto como crítico ao partido que governa o país.
Apesar de a liberdade de imprensa ser uma garantia constitucional na Coreia do Norte , o acesso a veículos de notícias independentes é extremamente limitado no país. Praticamente tudo o que é divulgado em solo norte-coreano é produzido pela imprensa estatal, que tem como foco noticiar as atividades e comunicados do governo.
Após a Primavera Árabe, uma onda de protestos que ocorreram no Oriente Médio nos idos de 2010, o governo do país vem sistematicamente aumentando as repressões legais contra a atividade jornalística, notou o CPJ. Em 2011, emendas realizadas na lei que controla a imprensa trouxeram severas punições para quem publicar qualquer tipo de matéria considerada “contrária à sharia”, as leis islâmicas. E, no ano passado, o governo passou a observar o conteúdo produzido e divulgado por seus cidadãos nas redes sociais para garantir que todos estejam seguindo os parâmetros determinados pelas autoridades do país.
Já em 2015, o CPJ notou um aumento das repressões contra os poucos jornalistas independentes do país através de uma série de prisões e a intimidação sistemática de empresas encarregadas pela impressão e distribuição de publicações de teor jornalístico. Ao todo, em 2014, 16 jornalistas foram presos no país e 16 se exilaram no exterior. O único provedor de internet em atividade no país é controlado pelo governo e jornalistas estrangeiros que trabalham na Etiópia são rigorosamente vigiados.
O governo não permite a existência de veículos de imprensa privados e há ainda uma lei que se propõe a regulamentar a mídia no Vietnã e que determina que todos os jornalistas em atividade devam trabalhar em prol dos interesses do partido. Atualmente, 16 jornalistas encontram-se presos no país.
A China é o país que mais prende jornalistas, contudo, entre aqueles que mais tentam silenciar o trabalho destes profissionais, o país encontra-se na 8ª posição. Um documento secreto do governo, que vazou na internet após ter sido produzido, dispõe sobre as diretrizes para o combate à “visão ocidental sobre a imprensa” e pontua que o objetivo da mídia é o de apoiar o partido que governa o país.
Há cerca de dois anos, analisa o CPJ, o país deixou de avaliar conteúdos antes que pudessem ser publicados. Contudo, mostra a entidade, ianmar ainda mantém um rigoroso controle sobre os veículos de comunicação. No ano passado, por exemplo, entrou em vigor uma lei que torna ilegal qualquer notícia que possa ser considerada um insulto para a religião, que suscite distúrbios ou que possam ferir “a unidade étnica” do país. Atualmente, cinco jornalistas que trabalhavam para um veículo independente cumprem pena de dez anos de cadeia e trabalho forçado por terem denunciado a existência de um departamento militar no país envolvido na produção de armas químicas.
Todo e qualquer veículo de informação em Cuba é controlado pelo governo. Além disso, apesar de a internet ter aberto portas para que jornalistas independentes produzam reportagens críticas, ainda existe o bloqueio ao conteúdo considerado impróprio. Alguns profissionais no país conseguem tornar o seu conteúdo acessível ao mundo, mas o CPJ lembra que, para a maioria dos cubanos, tais notícias ainda são inacessíveis por conta das restrições de acesso à internet.
Mais lidas
Mais de Mundo
Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do CanalMilei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros paísesTrump escolhe Stephen Miran para chefiar seu conselho de assessores econômicosTrump afirma que declarará cartéis de drogas como organizações terroristas
Mais na Exame
Inteligência ArtificialCofundador do Reddit prevê alta no consumo de teatro e esportes com o avanço da IA