Mundo

Oposição: situação de Chávez "é muito mais grave"

O secretário-executivo adjunto da MUD, Ramón José Medina, afirmou que considera que o relatório apresentado ontem pelo governo apenas "deixa mais incertezas"


	Hugo Chávez e suas filhas em hospital: "Não aparecer em público desde o dia 8 de dezembro evidencia que sua situação é muito mais grave do que o governo quer revelar", disse Medina
 (REUTERS/ Ministério da Informação)

Hugo Chávez e suas filhas em hospital: "Não aparecer em público desde o dia 8 de dezembro evidencia que sua situação é muito mais grave do que o governo quer revelar", disse Medina (REUTERS/ Ministério da Informação)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 20h15.

Caracas - A aliança opositora venezuelana, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), considerou nesta sexta-feira que a falta de aparições públicas do presidente Hugo Chávez durante os últimos meses "evidencia que sua situação é muito mais grave do que o governo diz".

O secretário-executivo adjunto da MUD, Ramón José Medina, afirmou que considera que o relatório apresentado ontem pelo governo apenas "deixa mais incertezas" sobre o estado de saúde de Chávez. O documento diz apenas que o presidente venezuelano sofre de uma insuficiência respiratória com uma evolução "não favorável".

"Não aparecer em público desde o dia 8 de dezembro evidencia que sua situação é muito mais grave do que o governo quer revelar", afirmou Medina durante uma coletiva de imprensa.

No último dia 8 de dezembro, Chávez anunciou que iria se submeter à quarta operação em Cuba devido a um câncer na região pélvica, e indicou o vice-presidente, Nicolás Maduro, como seu sucessor político no caso de não poder continuar à frente do país.

Dois dias depois, a rede de televisão estatal veiculou imagens do presidente antes de ele viajar a Havana. Desde então, os venezuelanos não voltaram a ver ou ouvir Chávez. Nem mesmo em sua surpreendente chegada a Caracas na madrugada da última segunda-feira.

"Durante mais de dois meses não sabemos verdadeiramente o destino do presidente: onde está, como está e quais são suas reais condições", afirmou o dirigente da oposição.


"A única certeza que temos é de que Chávez não está em condições de exercer suas funções", acrescentou. Medina insistiu, também, na necessidade de Chávez assumir o quarto mandato, que obteve em outubro, perante Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).

O TSJ admitiu que Chávez não tomasse posse no dia 10 de janeiro, como a constituição do país estabelece, e permitiu que a cerimônia fosse adiada por tempo indeterminado, até que ele estivesse recuperado de sua doença.

"Se considerarmos válida a sentença do TSJ, o presidente deveria ter tomado posse há pelo menos dois dias e, no caso de não estar apto a assumir o cargo, o tribunal deveria proceder de acordo com a Constituição e designar uma junta médica que determine as reais condições nas quais Chávez se encontra", afirmou Medina.

Sobre a escolha de um candidato da no caso de um eventual pleito antecipado, Medina disse que "haverá um momento para tomar essa decisão" sem antecipar se o ex-candidato presidencial, Henrique Capriles, será o representante.

"Evidentemente, serão realizadas eleições na Venezuela ainda neste ano, mas ainda não é o momento para se tomar tal decisão", ressaltou.

Chávez retornou na segunda-feira passada a Caracas após passar mais de dois meses em Cuba, e está internado no Hospital Militar Dr Carlos Arvelo.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaHugo ChávezOposição políticaPolíticosVenezuela

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia