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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - Diante da falta de acordo com o governo para retirada da urgência constitucional para votar aos projetos do pré-sal, a oposição irá propor hoje (18) uma manobra para que o Projeto de Lei Complementar do Ficha Limpa seja votado antes dos quatro projetos sobre o destino dos recursos do petróleo do pré-sal.
Numa questão de ordem, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (PSDB-AM) deverá propor que o Senado faça como a Câmara e vote o projeto em sessão extraordinária, fugindo assim do trancamento da pauta pelos projetos do pré-sal. Com isso, os líderes poderão assinar conjuntamente um pedido de urgência para votação do projeto.
"Nós não quisemos adotar essa manobra em outras questões, como faz a Câmara por achar que ela não favorece nem o governo, nem a oposição. Mas, se os líderes concordarem que [esta atitude] não abrirá precedente, podemos usar para votar o Ficha Limpa", explicou Virgílio, após reunião com o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR) e do Democratas, Agripino Maia (DEM-RN).
Apesar da proposta, o encontro não terminou em acordo e Jucá quer que o projeto sobre o Ficha Limpa seja votado após os projetos do pré-sal. "O governo sempre concordou com a urgência do Ficha Limpa. O que o governo não concorda é em retirar a urgência do pré-sal. Nós queremos que o pré-sal seja votado antes", afirmou o líder do governo.
Para Agripino, contudo, uma demonstração de boa vontade do governo em votar as medidas provisórias que trancam a pauta e o projeto Ficha Limpa pode facilitar as negociações para a votação do pré-sal. "Romero Jucá fará um mau negócio se insistir em misturar Ficha Limpa com o Pré-sal, por que deixa tudo [as negociações] muito turvo", disse o líder do Democratas.
Por enquanto a proposta mais próxima de ser aceita pelas duas partes é a de votação das medidas provisórias. Hoje deve ser votada uma que trata de crédito extraordinário. Amanhã, outra sobre esse mesmo assunto, a que trata de salário mínimo e a de reajuste dos aposentados.