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Oposição não participará de conferência convocada por Maduro

Segundo secretário da Mesa da Unidade Democrática, não é possível dialogar, porque "a oposição diverge do governo quanto aos problemas"


	O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: antes de iniciar a conferência Nacional de Paz, Maduro recebeu apoio de indígenas, camponeses e pescadores
 (AFP)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: antes de iniciar a conferência Nacional de Paz, Maduro recebeu apoio de indígenas, camponeses e pescadores (AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2014 às 18h35.

Setores da oposição da Venezuela anunciaram que não participarão da Conferência Nacional de Paz, convocada pelo presidente Nicolás Maduro e ocorrerá hoje (26).

Em uma carta enviada ao governo, Ramón Guillermo Aveledo, secretário da Mesa da Unidade Democrática (MUD), que congrega partidos de oposição, disse que a conferência é uma "simulação de diálogo, que na verdade representa um engano do governo".

Segundo Ramón Guillermo, não é possível dialogar, porque "a oposição diverge do governo quanto aos problemas". "A crise é grave e, para nós, opositores, a responsabilidade é do próprio governo, que escolheu uma política equivocada", disse.

Na avaliação da MUD, para haver diálogo, é preciso que uma agenda seja definida e haja permissão para mediação, nacional ou internacional.

Antes de iniciar a conferência Nacional de Paz, Maduro recebeu apoio de indígenas, camponeses e pescadores. Sem mencionar a decisão da oposição, Maduro incentivou a população a participar das festividades de carnaval, tradicionais em território venezuelano.

“Lutar, dançar e vencer, que não tirem a nossa alegria”, disse. Ao lado de artistas locais, Maduro homenageou o presidente Chávez, que morreu há quase um ano. A multidão segurava fotos de líderes socialistas como Che Guevara, Fidel Castro e Hugo Chávez.

Em seu discurso, o presidente criticou os ataques a caminhões de distribuição de alimentos, aos centros de venda de alimentos e à Produtora e Distribuidora Venezuelana de Alimentos (Pdval), responsável pela produção e distribuição de alimentos a preços subsidiados pelo governo, e a realização de guarimbas – bloqueios de ruas e rodovias com fogo e lixo praticados por pequenos grupos violentos. Segundo ele, os responsáveis serão julgados.

“Quem ganha com isso? Quem está fazendo isso? O responsável por isso vai pagar”, disse. E acrescentou: “Mais de 50 venezuelanos morreram por falta de atendimento médico, porque essas guarimbas não permitiram a passagem de ambulâncias".

Até o momento, foram confirmadas 15 mortes, ligadas diretamente aos protestos no país e também mais de 140 feridos. O ministro de Assuntos Exteriores, José Manuel García-Margallo, disse que um cidadão espanhol morreu na cidade venezuelana de Valencia.

Segundo o ministro, o espanhol (que não teve a identidade revelada) não participava dos protestos, mas foi atingido durante uma manifestação na cidade. A família da vítima está recebendo apoio da embaixada espanhola em Caracas.

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