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ONU: forças leais a presidente marfinense se renderam

Entidade confirmou que os apoiadores de Laurent Gbabgo se renderam e pediram proteção

O presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, não teria se rendido (Getty Images)

O presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, não teria se rendido (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2011 às 16h32.

Nova York - As tropas que apoiam o governante da Costa do Marfim, Laurent Gbabgo, se renderam aos "capacetes azuis" das Nações Unidas, informou nesta terça-feira a ONU.

A missão das Nações Unidas no país africano (Onuci) informou, através de um comunicado, que três altos funcionários próximos a Gbabgo disseram à missão que "as Forças de Defesa e Segurança receberam ordem para se render perante os capacetes azuis e buscar proteção".

Em relação à possibilidade de Gbagbo ter também se juntado a essa rendição, fontes da ONU em Nova York afirmaram à Agência Efe que por enquanto essa informação não poderia ser confirmada", embora tenham antecipado que isso possa ser parte de "um documento que esteja sendo preparado".

Por sua vez, o porta-voz da ONU, Martin Nesirky, explicou que "havia conversas a respeito", e que os três militares que se renderam "pediram a suas tropas que parem de lutar".

Em Paris, o ministro de Relações Exteriores francês, Alain Juppé, afirmou que as negociações para que Gbagbo se renda e reconheça o presidente eleito, Alassane Ouattara, "seguem em curso atualmente, mas não terminaram".

Segundo a Onuci, os funcionários próximos a Gbabgo que se renderam são o chefe de gabinete das Forças de Defesa e Segurança, o primeiro comandante da Gendarmaria e o comandante da Guarda da República.

"A Onuci ordenou a suas tropas que recebam as armas dos simpatizantes de Gbagbo e lhes ofereçam proteção", disse Nersirky, que ressaltou que não sabia a exata localização de Gbagbo, embora o mesmo esteja em Abidjan, a capital econômica do país africano.

Além disso, reiterou que os helicópteros da ONU que participaram da operação "não dispararam contra a residência de Gbagbo", que com sua negativa em abandonar o poder após perder as eleições presidenciais de novembro para Ouattara, colocou o país em uma guerra civil.

"É crucial que as forças parem de lutar, por isso é encorajador que os confrontos terminem e que as armas sejam entregues às forças internacionais de paz", acrescentou o porta-voz, que lembrou a grave situação humanitária que atinge o país.

A Onuci e as forças francesas da operação Licorne destacadas na Costa do Marfim lançaram na segunda-feira uma operação militar para proteger a população civil dos ataques com armamento pesado por parte das forças que apoiam Gbagbo, com base na autorização que o Conselho de Segurança aprovou na resolução 1.975.

Essa missão em conjunto entre a Onuci e a França foi realizada a pedido do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, perante "a escalada nos últimos três dias dos ataques com armamento pesado contra a população civil".

Unidades da Guarda Republicana e das forças especiais atacaram a população civil e os "capacetes azuis" da ONU, e inclusive, os quartéis-generais da missão do órgão no país africano foram "atacados quase continuamente nos últimos três dias com armamento leve, mas também com armas pesadas", disse o subsecretário-geral da ONU para as Operações de Paz, Alain Leroy.

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