ONU diz ao Catar para fazer as pazes com vizinhos do Golfo
O ministro das Relações Exteriores catariano se encontrou com os membros do Conselho de Segurança para discutir a ruptura das relações diplomáticas
AFP
Publicado em 3 de julho de 2017 às 18h00.
O Conselho de Segurança da ONU pediu que o Catar resolva as suas divergências com seus vizinhos do Golfo, declarou o embaixador da China nesta segunda-feira, assinalando que o Conselho não irá se envolver na disputa.
O ministro das Relações Exteriores catariano, o xeque Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, se encontrou com os membros do Conselho de Segurança na sexta-feira para discutir a ruptura das relações diplomáticas com Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito.
O embaixador chinês, Liu Jieyi, que assume a presidência do Conselho neste mês, declarou que "o melhor jeito seria que os países envolvidos trabalhassem em uma solução por meio do diálogo e de consultas entre eles, porque não há outra alternativa para isto".
"Independentemente do que os países façam para se acertarem e retomarem as boas relações de vizinhos, certamente isso será bem recebido pela China", disse Liu.
A Al-Jazeera relatou que o ministro das Relações Exteriores pediu com urgência aos membros do Conselho que as nações lideradas pela Arábia Saudita retirem as restrições de uso do espaço aéreo e de outras ligações de transporte com o Catar.
A Arábia Saudita e seus aliados anunciaram em 5 de junho que estavam cortando os laços com o Catar e, posteriormente, apresentaram uma lista de 13 demandas.
Eles acusam o Catar de apoiar o extremismo e de ser muito próximo ao inimigo regional da Arábia Saudita, o Irã, o que Doha negou fortemente.
As reinvindicações incluem que Doha pare de dar o seu apoio à Irmandade Muçulmana, feche o escritório da Al-Jazeera, reduza as relações diplomáticas com o Irã e acabe com uma base militar turca no emirado.
O xeque Mohammed disse anteriormente que a lista de demandas foi "feita para ser rejeitada" e nesta segunda-feira os advogados britânicos do Catar denunciaram que os pedidos "são uma afronta à lei internacional".