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ONU denuncia ameaças na Síria e confirma 11 mortes

Valerie Amos, da ONU advertiu que a crise humanitária é de uma escala 'raramente vista', com mais de 100 mil mortos


	Valerie Amos: subsecretária geral da ONU para Assuntos Humanitários ressaltou que  fluxo de refugiados vem causando um impacto 'social e econômico' considerável no Líbano
 (Khaled al-Hariri/Reuters)

Valerie Amos: subsecretária geral da ONU para Assuntos Humanitários ressaltou que  fluxo de refugiados vem causando um impacto 'social e econômico' considerável no Líbano (Khaled al-Hariri/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2013 às 16h01.

A ONU denunciou nesta sexta-feira que está há 'meses' recebendo ameaças de diferentes grupos na Síria e confirmou que 11 funcionários da organização internacional já morreram desde o início do conflito.

'Nas últimas semanas e meses fizemos frente às ameaças de diferentes fontes, morreram voluntários e funcionários das Nações Unidas e outros foram sequestrados', declarou hoje a subsecretária geral da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos.

Valerie, que falou com a imprensa na sede da ONU através de uma videoconferência desde o Líbano após uma visita a Damasco, confirmou a morte de 11 funcionários da ONU na Síria nesses dois últimos anos e meio, ressaltando que levaram 'muito a sério' todas as ameaças que receberam.

'Há desafios relacionados à situação de segurança no terreno, mas nas conversas que tive com nossos funcionários alcançamos um compromisso sério de continuar nossas operações', disse Valerie, que acrescentou que a ONU leva em consideração a segurança de seu pessoal.

A chefe humanitária da ONU detalhou que existem 4,5 mil empregados do organismo trabalhando 'em zonas controladas pelo governo e pela oposição', reiterando que os mesmos expressaram seu compromisso de seguir no país apesar das ameaças recebidas e do risco iminente.

Valerie concluiu ontem uma visita à Síria na qual teve oportunidade de manter encontros 'positivos' com as autoridades para abordar a crise humanitária, além dos 'desafios administrativos' que estão encontrando para dar assistência aos afetados pelo conflito.

No entanto, a chefe humanitária da ONU reconheceu que não pôde visitar a zona de Guta Oriental, situada na periferia de Damasco, onde ocorreu o suposto ataque químico do último dia 21 de agosto. Segundo a oposição, cerca de 1,5 mil pessoas morreram neste ataque.

Por outro lado, Valerie advertiu que a crise humanitária é de uma escala 'raramente vista', com mais de 100 mil mortos, 4 milhões de deslocados internos e 2 milhões de refugiados nos países vizinhos, enquanto um terço da população segue necessitando de ajuda.

A chefe humanitária da ONU, que agora se encontra no Líbano, teve hoje um encontro com o primeiro-ministro do país, Tamam Salam, quem lhe transmitiu sua preocupação em torno do aumento do número de refugiados. Segundo Salam, uma em cada cinco pessoas no Líbano é síria.

Em seu discurso, Valerie ressaltou que este fluxo de refugiados vem causando um impacto 'social e econômico' considerável no Líbano, cujas autoridades temem que os números aumentem ainda mais e, por isso, voltaram a pedir o apoio da comunidade internacional. EFE

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