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ONU considera medidas caso mediação falhe na Síria

O projeto foi proposto pela França, que tenta fazer que seja adotado ainda nesta terça-feira

O governo russo tinha dito que estava disposto a votar uma declaração que apoie a missão de Annan (Louai Beshara/AFP)
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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2012 às 18h14.

Damasco - O Conselho de Segurança da ONU começou a examinar nesta terça-feira um texto que procura fazer com que a Síria aceite as propostas de mediação do emissário internacional Kofi Annan, enquanto a oposição denunciava um "deslocamento" massivo das forças de segurança em Damasco.

O projeto foi proposto pela França, que tenta fazer que seja adotado ainda nesta terça-feira, indicou à imprensa seu embaixador nas Nações Unidas, Gérard Araud.

A França propôs que o Conselho de Segurança da ONU emita uma declaração -uma posição de consenso com menor peso do que uma resolução- frente à persistência de Rússia e China em vetar qualquer resolução que condene a repressão do regime do presidente Bashar al-Assad.

O texto começou a ser discutido de manhã por especialistas, antes de uma reunião de embaixadores à tarde, "para concluir as negociações, se isso for necessário", explicou Araud.

A Rússia, aliada de Damasco, manifestou suas reticências. Seu chanceler, Serguei Lavrov, rejeitou que a declaração "adquira uma forma de ultimato" para o regime sírio.


O governo russo tinha dito que estava disposto a votar uma declaração que apoie a missão de Annan, emissário da ONU e da Liga Árabe, com a condição de que não constituísse um ultimato.

O projeto de "declaração presidencial", que deve ser adotado por consenso, pede que o governo e à oposição sírios "trabalhem com boa fé" ao lado de Annan e "apliquem total e imediatamente" o plano de seis pontos proposto pelo ex-secretário-geral da ONU durante suas reuniões em Damasco.

Este novo texto, obtido pela AFP, detalha estes pontos, entre os quais se destacam o fim da violência, a implantação progressiva de cessar fogo, a entrega de ajuda humanitária e um diálogo político.

O Conselho prevê "implantar medidas suplementares", não informadas, em caso desses pontos não serem aplicados nos sete dias seguintes à adoção da declaração.

De Genebra, Annan e o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, que se reuniram para abordar a situação na Síria, "destacaram a importância de a comunidade internacional enviar a mesma mensagem" a Damasco.


Na Síria, as tropas do regime continuaram com suas operações em todo o país e enfrentaram, principalmente em Damasco, as milícias do Exército Livre da Síria (ESL), formadas por desertores do exército regular, informaram fontes opositoras.

Estas fontes informaram um "destacamento massivo de forças de segurança na maioria dos bairros" da capital síria.

Representantes opositores também lamentaram a morte de mais 30 pessoas, na sua maioria civis, em todo o país.

Por sua vez, a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), denunciou pela primeira vez violações dos direitos humanos cometidos pela oposição síria armada, em particular sequestros, torturas e execuções de militares e partidários do governo.

"A estratégia brutal do governo sírio não pode justificar os abusos cometidos pelos grupos armados da oposição", declarou Sarah Leah Whitson, diretora da ONG para o Oriente Médio.

A Casa Branca qualificou nesta terça-feira de "repugnantes" as informações do jornal britânico The Guardian sobre os e-mails do presidente sírio, em que é dito que Assad procurou evitar sanções americanas.

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Damasco - O Conselho de Segurança da ONU começou a examinar nesta terça-feira um texto que procura fazer com que a Síria aceite as propostas de mediação do emissário internacional Kofi Annan, enquanto a oposição denunciava um "deslocamento" massivo das forças de segurança em Damasco.

O projeto foi proposto pela França, que tenta fazer que seja adotado ainda nesta terça-feira, indicou à imprensa seu embaixador nas Nações Unidas, Gérard Araud.

A França propôs que o Conselho de Segurança da ONU emita uma declaração -uma posição de consenso com menor peso do que uma resolução- frente à persistência de Rússia e China em vetar qualquer resolução que condene a repressão do regime do presidente Bashar al-Assad.

O texto começou a ser discutido de manhã por especialistas, antes de uma reunião de embaixadores à tarde, "para concluir as negociações, se isso for necessário", explicou Araud.

A Rússia, aliada de Damasco, manifestou suas reticências. Seu chanceler, Serguei Lavrov, rejeitou que a declaração "adquira uma forma de ultimato" para o regime sírio.


O governo russo tinha dito que estava disposto a votar uma declaração que apoie a missão de Annan, emissário da ONU e da Liga Árabe, com a condição de que não constituísse um ultimato.

O projeto de "declaração presidencial", que deve ser adotado por consenso, pede que o governo e à oposição sírios "trabalhem com boa fé" ao lado de Annan e "apliquem total e imediatamente" o plano de seis pontos proposto pelo ex-secretário-geral da ONU durante suas reuniões em Damasco.

Este novo texto, obtido pela AFP, detalha estes pontos, entre os quais se destacam o fim da violência, a implantação progressiva de cessar fogo, a entrega de ajuda humanitária e um diálogo político.

O Conselho prevê "implantar medidas suplementares", não informadas, em caso desses pontos não serem aplicados nos sete dias seguintes à adoção da declaração.

De Genebra, Annan e o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, que se reuniram para abordar a situação na Síria, "destacaram a importância de a comunidade internacional enviar a mesma mensagem" a Damasco.


Na Síria, as tropas do regime continuaram com suas operações em todo o país e enfrentaram, principalmente em Damasco, as milícias do Exército Livre da Síria (ESL), formadas por desertores do exército regular, informaram fontes opositoras.

Estas fontes informaram um "destacamento massivo de forças de segurança na maioria dos bairros" da capital síria.

Representantes opositores também lamentaram a morte de mais 30 pessoas, na sua maioria civis, em todo o país.

Por sua vez, a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), denunciou pela primeira vez violações dos direitos humanos cometidos pela oposição síria armada, em particular sequestros, torturas e execuções de militares e partidários do governo.

"A estratégia brutal do governo sírio não pode justificar os abusos cometidos pelos grupos armados da oposição", declarou Sarah Leah Whitson, diretora da ONG para o Oriente Médio.

A Casa Branca qualificou nesta terça-feira de "repugnantes" as informações do jornal britânico The Guardian sobre os e-mails do presidente sírio, em que é dito que Assad procurou evitar sanções americanas.

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