Mundo

ONGs acusam Tailândia de violar pactos contra tortura

ONGs internacionais acusaram a justiça do país de não cumprir com acordos em respeito à reparação e compensação em casos de tortura


	Soldados na Tailândia: organizações citam caso cujas denúncias foram rejeitadas
 (Athit Perawongmetha/Reuters)

Soldados na Tailândia: organizações citam caso cujas denúncias foram rejeitadas (Athit Perawongmetha/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2014 às 08h32.

Bangcoc  - ONGs internacionais acusaram nesta segunda-feira à justiça tailandesa de não cumprir com os acordos internacionais em respeito à reparação e compensação em casos de tortura, informou um comunicado.

A Human Rights Watch (HRW) e a Comissão Internacional de Juristas (ICJ) citam o caso de Hassan Useng, cujas denúncias de tortura foram rejeitadas pela Justiça de Pattani, na terça-feira passada, já que se amparam no artigo 32 da Constituição de 2007, atualmente revogada.

Após o golpe de estado liderado pelo atual primeiro-ministro, Prayuth Chan-ocha, em 22 de maio, a Constituição de 2007 foi abolida e substituída por uma Carta Magna interina, embora a Tailândia seja membro da convenção internacional contra a tortura.

"O efeito da sentença do tribunal contradiz descaradamente as obrigações legais internacionais da Tailândia (...) frente a torturas e outros abusos sempre e em qualquer lugar, inclusive sob a lei marcial", alertou o diretor legal da ICJ, Ian Seiderman.

Para Brad Adams, diretor da HRW na Ásia, a resolução cria um precedente para que não se apliquem os direitos humanos internacionais e sugere que os tailandeses "não tenham proteção legal frente à tortura".

O Centro de Defesa Muçulmano, grupo que ajuda legalmente pessoas desprotegidas nas províncias do sul da Tailândia, afirma que apelará da sentença.

Após o golpe, a junta militar eliminou qualquer esforço de desacordo mediante detenções temporárias, a proibição de reuniões de mais de cinco pessoas e o aumento da censura.

Ao contrário do resto do país, a aplicação da lei militar e o estado de exceção se intensificam nas províncias do sul, Pattani, Yala e Narathiwat, quando o movimento separatista presente na região reforçou sua atividade.

Até o momento, cerca de seis mil pessoas morreram nas províncias, a maioria muçulmana e de etnia malaia, apesar do desdobramento de aproximadamente 40 mil integrantes das forças de segurança.

Os insurgentes denunciam a discriminação que sofrem por parte da maioria budista do país e exigem a criação de um Estado islâmico que integre as três províncias, que configuraram o antigo sultanato de Patani, imposto na Tailândia há um século.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrimeONGsTailândia

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame