O Comitê avalia que "a pandemia de covid-19 provavelmente está em "fase de transição" (FABRICE COFFRINI/Getty Images)
AFP
Publicado em 30 de janeiro de 2023 às 11h44.
Última atualização em 30 de janeiro de 2023 às 11h51.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu manter o nível máximo de alerta para a pandemia de covid-19, exatamente três anos depois de declarar a doença como uma emergência de saúde pública internacional.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, seguiu as recomendações do comitê de emergência da covid-19, formado por especialistas que se reuniram na sexta-feira, afirma um comunicado.
O comitê declarou a epidemia de covid-19 como uma emergência de saúde pública de importância internacional em 30 de janeiro de 2020, em um momento em que havia apenas 100 casos fora da China e nenhuma morte registrada.
Na sexta-feira, a OMS registrou no total mais de 752 milhões de infectados e quase 7 milhões de mortes, segundo dados oficiais, que a própria organização admite estarem muito aquém da realidade.
"Ao entrarmos no quarto ano da pandemia, não há dúvida de que estamos em uma situação muito melhor agora do que há um ano, quando a onda ômicron estava no auge", disse Tedros na abertura da reunião de seu Comitê Executivo, reunido em Genebra.
Mas reiterou imediatamente: "Desde o início de dezembro, as mortes semanais relatadas aumentaram. Nas últimas oito semanas, mais de 170 mil pessoas morreram de covid-19".
"Minha mensagem é clara: Não subestimem esse vírus, ele nos surpreendeu e continuará nos surpreendendo e matando, a menos que façamos mais para fornecer assistência médica a quem precisa e combater a desinformação em escala global", disse na semana passada.
Na semana de 16 a 22 de janeiro, metade das 40 mil mortes contabilizadas oficialmente ocorreu na China, que recentemente abandonou sua política de "covid zero", uma das mais rígidas do mundo, diante do descontentamento popular. O Comitê avalia que "a pandemia de covid-19 provavelmente está em "fase de transição".
O diretor da OMS lamentou que pouquíssimas pessoas estejam vacinadas contra o vírus, seja por falta de vacinas, seja por desconfiança, apesar de vários estudos comprovarem seus efeitos positivos.
"Não podemos controlar o vírus da covid-19, mas podemos fazer mais para lidar com as vulnerabilidades das populações e dos sistemas de saúde", disse Tedros nesta segunda-feira.
O mundo continua "perigosamente despreparado" para a próxima pandemia, alertou a Cruz Vermelha em um relatório sobre as lições da covid-19, publicado nesta segunda-feira.
"A próxima pandemia pode ser iminente e, se a experiência da covid-19 não acelerar os preparativos, o que vai acelerar?", questionou Jagan Chapagain, secretário-geral da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV). "A preparação global para a pandemia de covid-19 foi inadequada e ainda estamos sofrendo as consequências. Não haverá desculpa" se não nos prepararmos, acrescentou.