Mosquito Aedes Aegypti: a OMS espera que o dinheiro venha de seus países-membros e de outros doadores (James Gathany/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2016 às 10h13.
Genebra - A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira que são necessários 56 milhões de dólares para combater o Zika vírus até junho, entre outras coisas para acelerar a produção de vacinas, diagnósticos e pesquisas sobre como a doença se dissemina.
As verbas, incluindo 25 milhões de dólares para a OMS e seu escritório regional, também serão usados para controlar o vírus, que é transmitido pelo Aedes aegypti e que já se alastrou em 39 países, sendo 34 nas Américas, e que no Brasil foi ligado à microcefalia –uma má-formação cerebral em recém-nascidos.
"Possível relação com complicações neurológicas e má-formações de nascença aumentaram rapidamente o perfil de risco do Zika, que foi de uma ameaça menor a uma de proporções muito sérias", disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, durante o lançamento do Quadro de Reação Estratégica e Plano de Operações Conjuntas da entidade em Genebra.
A OMS espera que o dinheiro venha de seus países-membros e de outros doadores, e afirmou que, nesse meio-tempo, recorreu a um novo fundo emergencial de contingência de 2 milhões de dólares para financiar suas operações iniciais.
Margaret virá ao Brasil entre 22 e 24 de fevereiro para analisar as medidas relacionadas ao Zika apoiadas pela OMS e se reunirá com o ministro da Saúde, segundo a porta-voz da organização.
A agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou o surto de Zika uma emergência de saúde pública mundial no dia 1º de fevereiro, ressaltando sua associação com a microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré, que pode causar paralisia.
No ano passado, o Brasil estabeleceu a relação entre o Zika e casos de microcefalia em bebês registrados na Região Nordeste, mas o vínculo ainda está sob investigação.
A OMS observou ainda que "os indícios escassos existentes indicam que pode haver um risco de transmissão sexual" do Zika vírus, assim como um risco de que ele permaneça no sêmen e na urina.
"Atualmente há muito poucos indícios de transmissão da mãe para o filho, entretanto, infecções intra-uterinas parecem estar associadas a problemas neurológicos subsequentes na criança." Ainda são necessários estudos para se avaliar a presença do Zika vírus no sêmen e em outros fluidos corporais, incluindo aqueles relacionados à gravidez, na transmissão sexual em potencial e na transmissão da mãe para o filho, disse a OMS.