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OMS e ONGs alertam que ebola precisa de maior mobilização

Diante da propagação da epidemia da febre hemorrágica ebola, organizações insistem na necessidade de uma mobilização maior na luta contra o vírus

Funcionários de funerária em Serra Leoa transportam o corpo de vítima do ebola (Carl de Souza/AFP)

Funcionários de funerária em Serra Leoa transportam o corpo de vítima do ebola (Carl de Souza/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2014 às 14h45.

Genebra - Diante da propagação na África Ocidental da epidemia da febre hemorrágica ebola, cuja magnitude foi subestimada, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Cruz Vermelha e várias ONGs insistiram na necessidade de uma mobilização maior para lutar contra este vírus.

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) advertiu, por sua vez, que a crise provocada pelo ebola ultrapassa a capacidade das organizações de ajuda para frear esta epidemia.

A situação provocada pelo vírus "se deteriora, movendo-se mais rápido que nossa capacidade para enfrentá-lo; como em tempos de guerra temos uma falha total das infraestruturas. Se a situação não se estabilizar na Libéria, jamais poderemos estabilizar a região", declarou a diretora da MSF, Joanne Liu.

A OMS disse em um comunicado que "os funcionários presentes nas zonas de epidemia recolheram provas que demonstram que o número de casos reportados e o de mortos subestimam amplamente a magnitude da epidemia".

"A epidemia do vírus ebola na África Ocidental continua se estendendo, com 1.975 casos (possíveis detectados) e 1.069 mortos em Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa", acrescenta.

Diante desta situação, "a OMS coordena um aumento maciço da resposta internacional (diante da epidemia) com o apoio individual de diversos países, agências de controle de doenças e agências das Nações Unidas".

A OMS afirmou que os centros americanos de controle e prevenção de doenças irão equipar os países afetados com computadores para poder ter uma visão em tempo real da evolução da epidemia.

"A epidemia poder durar um certo tempo. O plano operacional de reação da OMS será realizado ao longo dos próximos meses", ressaltou a organização.

Combater rumores e preconceitos culturais

O novo secretário geral da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV), o senegalês Elhajd As Sy, que acaba de retornar a Genebra depois de um giro por Guiné e Serra Leoa, opinou que a comunidade internacional deve superar o medo e reforçar sua resposta e seu apoio.

"A força coletiva da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho reside em sua presença única em nível local e em nossa experiência de trabalho com estas comunidades. Os voluntários da Cruz Vermelha (...) são membros destas comunidades, o que significa uma enorme diferença quando se trata de divulgar mensagens de prevenção ou combater rumores ou preconceitos de origem cultural", declarou.

Além disso, a ONU anunciou nesta sexta-feira, através de seu Programa Mundial de Alimentos (PMA), que fornecerá ajuda alimentar a um milhão de pessoas afetadas pela epidemia.

Serra Leoa, Libéria e Guiné são os três países atingidos pela doença que contarão com a assistência, segundo Fabienne Pompey, porta-voz do PMA para África Ocidental.

Até o momento, o PMA fornecia ajuda a alguns milhares de pessoas nesses países.

"Os cordões sanitários que limitam os movimentos da população nas zonas mais afetadas podem ter um impacto sobre a segurança alimentar. O comércio fica afetado, às vezes as pessoas não podem ter acesso a seus cultivos e os preços podem aumentar nos mercados, o que impede os mais pobres de se alimentarem", explicou Pompey.

Atletas africanos sem competir

Alguns atletas procedentes de países afetados pelo vírus do ebola não poderão participar da 2ª edição dos Jogos Olímpicos da Juventude, que começam neste sábado em Nankin (China), anunciaram o Comitê Olímpico Internacional e o comitê organizador dos Jogos.

Foi decidido que "os atletas procedentes de regiões infectadas não poderão participar das modalidades de combate (2 atletas) nem de natação (1 pessoa)", indica o comunicado assinado também pelo comitê organizador dos Jogos.

Além disso, os atletas provenientes de países afetados terão "sua temperatura medida regularmente e farão exames físicos" diariamente durante as duas semanas de competição.

"Lamentamos que por este problema alguns jovens atletas sofram de forma dupla, pela angústia provocada pela epidemia em seus países de origem e também por não poder participar destes Jogos", indica um texto comum publicado nesta sexta-feira.

Segundo o site dos Jogos, há 25 atletas provenientes dos quatro países mais afetados pelo ebola: Serra Leoa, Libéria, Guiné e Nigéria.

A equipe de Serra Leoa compete com 6 atletas. Um em halterofilismo, 4 jogadores de vôlei de praia e um nadador de 17 anos, Saidu Kamara.

A equipe da Guiné irá à China com 4 atletas, entre eles o nadador Alhoussene Sylla e a judoca Mamadama Bangoura.

O nadador de 15 anos Momodou Sombai era um dos dois competidores que a Libéria levaria, enquanto a Nigéria era a delegação mais importante das quatro, com 13 membros, entre os quais estava a lutadora de 16 anos Bose Samuel.

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