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OIT afirma que o desemprego pode piorar na Espanha

O número de desempregados na Espanha se aproxima dos 5 milhões, 21,5% da população ativa

Fila do desemprego na Espanha: o país precisa criar 2,3 milhões de empregos para recuperar o nível anterior à crise (Jasper Juinen/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2011 às 12h57.

Genebra - A retenção brusca no crescimento das principais economias do mundo poderia afetar ainda mais a situação do desemprego na Espanha , afirma o relatório anual sobre emprego apresentado nesta segunda-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

'Os dados para a Espanha confirmam esta tendência, já que o número de desempregados aumentou 3% no terceiro trimestre de 2011', afirmou a OIT. Três dias antes da divulgação do relatório foi conhecido que o número de desempregados na Espanha se aproxima dos 5 milhões, 21,5% da população ativa.

A OIT classifica como 'preocupante' a situação no país, porque os indicadores mais recentes sugerem que o crescimento do emprego já começou a se reduzir em muitos países pela forte retenção das economias desenvolvidas e de algumas emergentes.

O relatório, elaborado pelo Instituto Internacional de Estudos Trabalhistas (IIEL), lembra que a taxa de desemprego espanhola é 13% superior à taxa de 2008, no início da crise, o que supõe 'o maior aumento entre as economias desenvolvidas'.

A Espanha precisa criar 2,3 milhões de empregos para recuperar o nível anterior à crise. O estudo atribui os problemas a um modelo 'que se apoiava em excesso na construção e na habitação' e a um 'crescimento desproporcional dos lucros do setor financeiro, que explica a estagnação do investimento produtivo'.


Neste contexto, a solução passa por um plano de choque que melhore as perspectivas de emprego entre os jovens, uma melhora das políticas educativas, o apoio aos desempregados e a criação de mais e melhores empregos que permitam combater a temporalidade.

Raymond Torres, diretor do IIEL, explicou à Agência Efe que também é necessário retomar o crédito a pequenas e médias empresas, e defendeu um sistema de garantia bancária como o que funciona na Alemanha e no Brasil. De acordo com ele, enquanto não houver liquidez para as pequenas e médias empresas a Espanha não poderá recuperar seu mercado de trabalho.

Torres rejeitou 'medidas contraproducentes' como uma maior redução dos salários ou a desregulação do mercado de trabalho. 'Ao contrário, é importante manter os salários. A Espanha é um país competitivo. As exportações estão crescendo de forma muito intensa e podem crescer mais', disse.

'Há medidas inteligentes de reforma do mercado de trabalho, que mantêm os direitos dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, ajudam a uma fluência para que as empresas contratem outra vez', afirmou.

Sobre a proposta do sindicato patronal de reduzir a indenização por demissões, Torres considerou que 'estas soluções têm que ser pactuadas o mais rápido possível' e defendeu implantar um sistema de indenização 'que permita uma maior mobilidade, como já aconteceu na Áustria'.

A OIT apresentará uma série de propostas durante a próxima cúpula do G20 em Cannes, na França, para combater o desemprego. O diretor-geral da OIT, Juan Somavía, expressará a necessidade de retomar o crédito a pequenas e médias empresas e manter ou reforçar os planos de ajuda aos desempregados.

'Para financiar estes programas, que não são muito caros, podem ser ampliadas as taxas impositivas, com impostos à propriedade ou às transações financeiras, algo que já é discutido pelo G20', acrescentou.

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Genebra - A retenção brusca no crescimento das principais economias do mundo poderia afetar ainda mais a situação do desemprego na Espanha , afirma o relatório anual sobre emprego apresentado nesta segunda-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

'Os dados para a Espanha confirmam esta tendência, já que o número de desempregados aumentou 3% no terceiro trimestre de 2011', afirmou a OIT. Três dias antes da divulgação do relatório foi conhecido que o número de desempregados na Espanha se aproxima dos 5 milhões, 21,5% da população ativa.

A OIT classifica como 'preocupante' a situação no país, porque os indicadores mais recentes sugerem que o crescimento do emprego já começou a se reduzir em muitos países pela forte retenção das economias desenvolvidas e de algumas emergentes.

O relatório, elaborado pelo Instituto Internacional de Estudos Trabalhistas (IIEL), lembra que a taxa de desemprego espanhola é 13% superior à taxa de 2008, no início da crise, o que supõe 'o maior aumento entre as economias desenvolvidas'.

A Espanha precisa criar 2,3 milhões de empregos para recuperar o nível anterior à crise. O estudo atribui os problemas a um modelo 'que se apoiava em excesso na construção e na habitação' e a um 'crescimento desproporcional dos lucros do setor financeiro, que explica a estagnação do investimento produtivo'.


Neste contexto, a solução passa por um plano de choque que melhore as perspectivas de emprego entre os jovens, uma melhora das políticas educativas, o apoio aos desempregados e a criação de mais e melhores empregos que permitam combater a temporalidade.

Raymond Torres, diretor do IIEL, explicou à Agência Efe que também é necessário retomar o crédito a pequenas e médias empresas, e defendeu um sistema de garantia bancária como o que funciona na Alemanha e no Brasil. De acordo com ele, enquanto não houver liquidez para as pequenas e médias empresas a Espanha não poderá recuperar seu mercado de trabalho.

Torres rejeitou 'medidas contraproducentes' como uma maior redução dos salários ou a desregulação do mercado de trabalho. 'Ao contrário, é importante manter os salários. A Espanha é um país competitivo. As exportações estão crescendo de forma muito intensa e podem crescer mais', disse.

'Há medidas inteligentes de reforma do mercado de trabalho, que mantêm os direitos dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, ajudam a uma fluência para que as empresas contratem outra vez', afirmou.

Sobre a proposta do sindicato patronal de reduzir a indenização por demissões, Torres considerou que 'estas soluções têm que ser pactuadas o mais rápido possível' e defendeu implantar um sistema de indenização 'que permita uma maior mobilidade, como já aconteceu na Áustria'.

A OIT apresentará uma série de propostas durante a próxima cúpula do G20 em Cannes, na França, para combater o desemprego. O diretor-geral da OIT, Juan Somavía, expressará a necessidade de retomar o crédito a pequenas e médias empresas e manter ou reforçar os planos de ajuda aos desempregados.

'Para financiar estes programas, que não são muito caros, podem ser ampliadas as taxas impositivas, com impostos à propriedade ou às transações financeiras, algo que já é discutido pelo G20', acrescentou.

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