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OIM: 21 mil rohingyas chegaram a Bangladesh em menos de 2 meses

Ofensiva do Exército de Mianmar provocou o deslocamento de mais de 30 mil pessoas

Rohingyas: organizações humanitárias denunciam que soldados cometeram uma série de crimes (Manan Vatsyayana/AFP)
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EFE

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 14h38.

Daca - A Organização Internacional de Migrações (OIM) estima que, aproximadamente, 21 mil rohingyas chegaram a Bangladesh desde a metade de outubro fugindo de Mianmar, onde o Exército começou uma operação que causou o deslocamento de milhares de pessoas.

Sanjukta Sahany, diretora da OIM no distrito de Cox's Bazar, na fronteira com Mianmar, disse à Agência Efe que o número surgiu durante uma reunião realizada no domingo passado, quando a entidade cruzou dados de agências da ONU e de ONGs que trabalham na região.

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"A OIM tem ordem de coordenar os assuntos humanitários nas áreas de fronteira. Recebemos dados de vários órgãos sobre novas chegadas nas áreas em que têm seus projetos", detalhou ela, que alertou que o número poderia variar.

Um porta-voz da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) confirmou à Efe que sua organização trabalha com o mesmo número, 21 mil entradas.

O Exército de Mianmar lançou em 9 de outubro uma operação em Rakain após um ataque supostamente realizado por insurgentes rohingyas.

A ofensiva provocou o deslocamento de mais de 30 mil pessoas, e organizações humanitárias denunciam que soldados cometeram uma série de crimes. Ativistas, grupos de defesa dos direitos humanos e vítimas acusam o Exército de assassinatos, estupros, saques e de incendiar mais de 1.000 casas em aldeias rohingyas.

O governo de Bangladesh protestou pela "terrível" situação que está acontecendo em Mianmar, e hoje o ex-secretário geral da ONU Kofi Annan reivindicou amparo e ajuda para as vítimas da violência sectária em Rakain depois de visitar a região.

Acredita-se que só em Rakain há mais de 1 milhão de rohingyas, uma minoria muçulmana que Mianmar não reconhece e que as autoridades de Bangladesh ignoram e a mantem no limbo legal.

Bangladesh reconhece como refugiados apenas 30 mil dos quase 500 mil membros desse povo que diversas fontes não oficiais calculam que possam existir no país.

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