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Odebrecht pagou US$ 200 milhões a 145 pessoas em Andorra

Comissões ilegais foram pagas a políticos, altos cargos de governos, funcionários, advogados e testas-de-ferro de oito países da América Latina

Odebrecht: construtora mascarou os valores como serviços que nunca prestou (Nacho Doce/Reuters)
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EFE

Publicado em 9 de novembro de 2017 às 08h19.

Última atualização em 15 de junho de 2018 às 19h06.

Madri - A Odebrecht pagou US$ 200 milhões em comissões ilegais a políticos, funcionários, empresários e supostos testas-de-ferro de oito países da América Latina através da Banca Privada d'Andorra (BPA), segundo relatórios confidenciais da polícia deste principado.

A informação, revelada nesta quinta-feira pelo jornal espanhol "El País", afirma que os investigadores do caso, sob as ordens da juíza Canòlic Mingorance, chegaram a esta quantia após examinar as contas de 145 clientes.

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O governo de Andorra interviu em março de 2015 na BPA e, no ano passado, este pequeno país, situado nos Pireneus, fronteiriço com Espanha e França, renunciou ao sigilo bancário.

O jornal teve acesso à documentação confidencial que políticos, altos cargos de governos, funcionários, advogados e testas-de-ferro de Brasil, Equador, Peru, Panamá, Chile, Uruguai, Colômbia e Argentina apresentaram à BPA para abrir suas contas secretas.

Segundo as fontes, a Odebrecht transferiu a estes depósitos subornos milionários que mascarou como serviços que nunca prestou.

O escândalo da Odebrecht revelou subornos em 12 países da América Latina e da África, incluindo o Brasil, no valor de US$ 788 milhões, segundo documentos divulgados em dezembro do ano passado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Segundo a informação do "El País", a BPA de Andorra e o Meinl Bank de Antígua e Barbuda foram os principais bancos utilizados pela construtora brasileira para pagar os subornos a personagens-chave na adjudicação de obras públicas.

As investigações policiais e judiciais revelaram que a Odebrecht utilizou as sociedades "off shore" Aeon Group e Klienfeld Services Limited para pagar os subornos a políticos e funcionários.

Além disso, segundo a investigação do jornal espanhol, gerentes da BPA constituíram sociedades no Panamá para ocultar os titulares reais das contas bancárias.

A investigação jornalística descobriu transferências a parentes e pessoas próximas a líderes latino-americanos, como os pais do ex-ministro panamenho Demetrio Papadimitriu (cerca de US$ 10 milhões) ou o ex-vice-presidente da empresa estatal Petróleos do Peru, Miguel Atala Herrera, durante a presidência de Alan García (US$ 8,5 milhões).

Também cita como subornados ao ex-ministro colombiano Gabriel García Morales (US$ 6,5 milhões), e ao ex-ministro de Eletricidade do Equador, Alecksey Mosquera, entre outros.

A conexão da BPA com a Odebrecht passa, segundo "El País", pelo antigo responsável do banco andorrano no Uruguai, Andrés Norberto Sanguinetti Barros, conhecido como Betingo.

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