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Obama pede ajuda a um Congresso dividido

Após conseguir ontem à noite uma arrasadora vitória nas urnas, Obama ligou hoje para os principais líderes democratas e republicanos em ambas câmaras do Congresso


	Obama liga para um voluntário, de seu escritório: presidente  pediu que ponham os interesses ''do povo e da economia'' na frente de seus ''interesses partidários''
 (©AFP / Jewel Samad)

Obama liga para um voluntário, de seu escritório: presidente  pediu que ponham os interesses ''do povo e da economia'' na frente de seus ''interesses partidários'' (©AFP / Jewel Samad)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2012 às 20h32.

Washington - O recém reeleito presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta quarta-feira ao Congresso que forje ''soluções bipartidárias'' para os problemas econômicos do país e a oposição deixou entrever que aceitaria aumentar os impostos em troca de cortes ao gasto público para evitar a ameaça do ''abismo fiscal''.

Após conseguir ontem à noite uma arrasadora vitória nas urnas, Obama ligou hoje para os principais líderes democratas e republicanos em ambas câmaras do Congresso e lhes pediu que ponham os interesses ''do povo e da economia'' na frente de seus ''interesses partidários''.

Ao repassar a agenda para o que resta de 2012, Obama reiterou seu compromisso para ''encontrar soluções bipartidárias à redução de nosso déficit de forma equilibrada, cortes de impostos para as famílias de classe média e pequenos negócios, e para criar empregos'', disse a Casa Branca.

Porém, perante um Congresso dividido, a maioria dos analistas acredita que continuem os enfrentamentos e a paralisia política em Washington.

O chamado ''abismo fiscal'' consiste, por um lado, no vencimento, no final de ano, de certos benefícios de desemprego e dos cortes tributários da era de George W. Bush e dos impostos à relação.

Por outro, também representa cortes automáticos de até US$ 800 bilhões a partir de janeiro no gasto público, incluindo o Pentágono, e a possibilidade de um imposto alternativo, e mais alto, para 26 milhões de famílias de classe média.

Durante um pronunciamento, no qual não respondeu perguntas, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, deixou entrever que sua bancada condicionaria um aumento de impostos em troca que Obama ''esteja disposto a reduzir a despesa'' e reformar os programas de beneficência social, ''que são os principais vetores de nossa dívida''.


''Encontremos o terreno comum que desejamos'', declarou Boehner em tom conciliatório, sugerindo que o Congresso poderia começar a pactuar um acordo na sessão legislativa antes do fim do ano.

Horas antes, também o líder da maioria democrata do Senado, Harry Reid, instou o Congresso a tomar medidas para evitar o ''abismo fiscal'', e considerou que, apesar da objeção dos republicanos, estas devem incluir um aumento de impostos ''para os mais ricos entre os ricos''.

Os analistas advertiram que, sem uma solução pactuada para reduzir o déficit, o país poderia entrar em uma nova recessão.

Apesar do chamado à unidade feito por Obama, poucos esperam que a oposição lhe ajude com soluções pactuadas em assuntos como a redução do déficit, o nível de endividamento e a reforma tributária.

Ainda pendentes de algumas disputas em estados como a Flórida, para o próximo ano os republicanos manterão o controle da Câmara dos Representantes, mas os democratas conseguiram algumas pequenas vitórias.

Por enquanto, os resultados apontam para 233 cadeiras para os republicanos (antes 241) e 193 para os democratas (antes 194), com 10 vagas ainda não definidas.

No Senado, se prevê que os democratas aumentarão suas cadeiras para 53 (antes 51) contra 45 dos republicanos (antes 47), que ontem à noite viram dissipar-se suas possibilidades de recuperar a câmara alta. Nessa casa seguirá havendo dois membros independentes.


Previsivelmente, se manterá intacta a reforma da saúde de 2010, o principal triunfo político de Obama e que entrará em pleno vigor em 2014.

John Fortier, diretor do Projeto Democracia do Centro de Política Bipartidária, previu um cenário no qual possivelmente continuem, como nos últimos dois anos, ''choques sobre orçamentos, o teto da dívida e outros prazos''.

Ontem à noite, o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, mostrou um tom menos conciliatório que o de Boehner, ao ressaltar que ''os eleitores não apoiaram os erros ou excessos do primeiro mandato do presidente''.

A derrota da dupla Romney-Ryan nas urnas obrigará o Partido Republicano a ajustar suas estratégias eleitorais, em um país com uma crescente diversidade étnica e cultural, mas também cada vez mais dividido em relação às linhas ideológicas, segundo estrategistas como o republicano Ed Rogers.

O Partido Republicano, ainda dominado por homens brancos e mais velhos, terá que analisar como responder à nova realidade política do país, comentou Rogers à emissora pública de rádio ''NPR''. 

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