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Obama, Malala, União Europeia: veja os últimos vencedores do Nobel da Paz

Ex-presidentes como Obama nos EUA e Juan Manuel Santos na Colômbia integram a lista do Nobel, além de ativistas e organizações como o Programa de Alimentos da ONU, vencedor em 2020

Malala Yousafzai: ativista paquistanesa sofreu atentado do Talibã e passou a advogar por direitos das estudantes (Nigel Waldron/Getty Images)

Malala Yousafzai: ativista paquistanesa sofreu atentado do Talibã e passou a advogar por direitos das estudantes (Nigel Waldron/Getty Images)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 8 de outubro de 2021 às 12h42.

Última atualização em 8 de outubro de 2021 às 12h52.

O organização do Nobel divulgou nesta sexta-feira, 8, que os jornalistas Maria Ressa e Dmitri Muratov foram os vencedores do Prêmio Nobel da Paz 2021.

O primeiro Nobel da Paz foi entregue em 1901, após pedido feito no testamento de Alfred Nobel, que morreria em 1896. Nobel foi um químico, inventor e empresário sueco, e uma figura controversa, por ter inventado explosivos que seriam amplamente usados em guerras.

A organização do Nobel não divulga oficialmente o nome de quem foi indicado, e a escolha dos vencedores é feita por um comitê que fica em Oslo, na Noruega.

Até hoje, já ganharam o Nobel da Paz quatro ex-presidentes dos Estados Unidos (Theodore RooseveltWoodrow Wilson, Jimmy Carter e Barack Obama). O país é também o com maior número de vencedores do Nobel, incluindo em outras categorias, com mais de 370 premiados. Em seguida vêm Reino Unido, Alemanha e França.

O mais recente premiado na América do Sul com o Nobel da Paz foi o ex-presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pelos acordos de paz com as Farc. Incluindo todas as categorias, possuem cidadãos ou organizações premiados com algum Nobel, além da Colômbia, a Argentina, Chile, Peru e Venezuela.

Veja os últimos premiados com o Nobel da Paz:

2020: o Nobel da Paz de 2020 foi entregue ao Programa Mundial de Alimentos (World Food Programme) das Nações Unidas, "por seus esforços para combater a fome, por sua contribuição para melhorar as condições de paz em áreas afetadas por conflitos e por atuar como uma força motriz nos esforços para prevenir o uso da fome como arma de guerra e conflito”.

Em entrevista à EXAME, Daniel Balaban, chefe no Brasil do WFP, falou sobre a premiação no ano passado e alertou sobre o crescimento da situação de fome no Brasil. “Das favelas do Rio de Janeiro a países da África, combater a fome é evitar guerras”, disse.

Homem no Iêmen com suprimentos do World Food Programme: Programa Mundial de Alimentos venceu o Nobel da Paz em 2020 (AHMAD AL-BASHA/AFP/Getty Images)

2019: o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, por sua atuação para o fim dos conflitos de seu país com a vizinha Eritreia.

2018: o médico ginecologista congolê Denis Mukwege e a ativista yazidi Nadia Murad receberam o prêmio por seu trabalho contra a violência sexual em ambientes de guerra.

2017: a Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (Ican) foi escolhida por seu trabalho contra as armas nucleares.

Papa Francisco e Juan Manuel Santos na Colômbia, em 2017: ex-presidente colombiano foi escolhido Nobel da Paz em 2016 (Raul ARBOLEDA/Exame)

2016: ao ex-presidente colombiano, Juan Manuel Santos, por seus esforços resolutos para encerrar a guerra civil de mais de 50 anos com as Farc na Colômbia.

2015: quarteto para o diálogo nacional tunisiano, por "sua contribuição decisiva para a construção de uma democracia plural na Tunísia após a Revolução de Jasmim de 2011".

2014: a paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Satyarthi foram premiados por seu combate à opressão contra crianças e jovens e a defesa da educação para todos os jovens.

Malala Yousafzai: ativista paquistanesa sofreu atentado do Talibã e passou a advogar por direitos das estudantes (Nigel Waldron/Getty Images)

2013: Organização para a Proibição de Armas Químicas (Oiac) por seus esforços visando livrar o planeta das armas de destruição em massa.

2012: a União Europeia foi escolhida pelo projeto que “por mais de seis décadas, contribuiu para o avanço da paz e reconciliação, democracia e direitos humanos na Europa”.

2011: as liberianas Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee, e a iemenita Tawakkol Karman por sua luta pela segurança das mulheres e por seu direito de participar do processo de paz.

2010: o dissidente chinês preso Liu Xiaobo foi premiado "por seus esforços persistentes e pacíficos em favor dos direitos humanos na China."

Barack Obama: ex-presidente americano ganhou o Nobel da Paz em seu primeiro ano de mandato (JOHN MCCONNICO/AFP/Getty Images)

2009: o presidente americano Barack Obama foi escolhido em seu primeiro ano de mandato por, segundo o comitê, "esforços extraordinários para reforçar a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos". Obama foi o primeiro presidente negro da história dos EUA, mas sua escolha é também criticada pelo mandatário americano ter começado e ampliado guerras americanas nos anos seguintes.

2008: o finlandês Martti Ahtisaari por suas numerosas mediações de paz ao redor do mundo.

2007: o ex-vice-presidente americano Al Gore e o painel da ONU sobre Mudanças Climáticas foram premiados "por seus esforços para ampliar o conhecimento sobre o aquecimento global."

Muhammad Yunus: banqueiro de Bangladesh venceu Nobel por iniciativas de microcrédito (Karl-Josef Hildenbrand/Getty Images)

2006: o banqueiro de Bangladesh Muhammad Yunus e sua instituição especial de microcrédito, o Grameen Bank, foram escolhidos "por permitir a uma parcela importante da população obter os meios para sair da pobreza." Seu principal diferencial é oferecimento de financiamentos a juros mais competitivos para pequenos empreendedores em países pobres e que não conseguiriam, de outra forma, obter crédito para empreender.

2005: a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e seu diretor, o diplomata egípcio Mohamed ElBaradei, "por seus esforços para evitar que a energia nuclear seja usada para fins militares e para garantir que a energia nuclear para fins pacíficos seja usada da maneira mais segura possível"

2004: a ativista ambiental e professora Wangari Muta Maathai, do Quênia, foi escolhida “por sua contribuição para o desenvolvimento sustentável, democracia e paz”.

2003: a ativista iraniana Shirin Ebadi “por seus esforços em prol da democracia e dos direitos humanos. Ela se concentrou especialmente na luta pelos direitos das mulheres e crianças”.

Kofi Annan: ex-diretor geral da ONU e a organização ganharam o Nobel da Paz por esforços pela cooperação entre os povos (Andreas Gebert/picture alliance/Getty Images)

2002: o ex-presidente americano, Jimmy Carter (presidente entre 1977 e 1981), foi escolhido “por suas décadas de esforço incansável para encontrar soluções pacíficas para conflitos internacionais, para fazer avançar a democracia e os direitos humanos e para promover o desenvolvimento econômico e social”.

Um dos principais feitos de Carter foi intermediar negociações de paz entre Israel e Egito em 1978, além de seu trabalho humanitário depois de deixar a Presidência.

2001: os escolhidos neste ano foram a Organização das Nações Unidas (ONU) e Kofi Annan, então diretor-geral, “por seu trabalho por um mundo melhor organizado e mais pacífico”.

2000: o ex-presidente sul-coreano Kim Dae-jung (presidente entre 1988 e 2003) foi escolhido "por seu trabalho em prol da democracia e dos direitos humanos na Coreia do Sul e no Leste Asiático em geral, e pela paz e reconciliação com a Coreia do Norte em particular". Dae-jung chegou a ser chamado de “Nelson Mandela da Coreia do Sul”.

Médicos Sem Fronteiras: organização foi premiada com o Nobel em 1999 (VALERIE BAERISWYL/AFP/Getty Images)

1999: a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras foi a escolhida neste ano, “em reconhecimento ao trabalho humanitário pioneiro da organização em vários continentes”

1998: John Hume, ex-representante da Irlanda do Norte no Parlamento do Reino Unido, e David Trimble, então premiê da Irlanda do Norte, foram escolhidos “por seus esforços para encontrar uma solução pacífica para o conflito na Irlanda do Norte”. Hume e Trimble dividiram o prêmio pela assinatura de um acordo de paz que cessou os embates entre católicos e protestantes. A Irlanda, pelo acordo, seguiu dividida em Irlanda do Norte (parte do Reino Unido) e Irlanda (independente).

1997: a Campanha Internacional de Eliminação de Minas Terrestres (ICBL) e sua fundadora, a americana Jody Williams, foram escolhidos "por seu trabalho para a proibição e remoção de minas anti-pessoais". As minas anti-pessoais, feitas para ferir outros seres humanos em guerras, foram proibidas após um tratado em 1997, assinado por 150 países.

1996: o bispo Carlos Filipe Ximenes Belo e o ex-presidente José Ramos-Horta foram premiados “pelo seu trabalho para uma solução justa e pacífica para o conflito em Timor-Leste”.

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