Obama encontra papa e o convida a visitar Casa Branca
Presidente americano teve uma conversa particular de quase uma hora com o papa Francisco sobre a situação mundial
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2014 às 16h24.
Cidade do Vaticano - Dizendo-se "um grande admirador", o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , teve uma conversa particular de quase uma hora com o papa Francisco sobre a situação mundial nesta quinta-feira, e convidou o pontífice a visitar a Casa Branca.
Obama parecia à vontade e brincou com o papa durante a parte aberta aos repórteres de seu primeiro encontro com ele, dizendo em dado momento não saber como sua mulher e suas filhas "o aguentam".
O presidente e sua delegação, incluindo o secretário de Estado, John Kerry, passaram pelos saguões decorados de afrescos do Palácio Apostólico do Vaticano até a entrada da biblioteca particular de Francisco.
Não foram divulgados até o momento quaisquer detalhes da conversa, mas na véspera da reunião Obama deu uma entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera elogiando o compromisso do papa com o enfrentamento da diferença crescente entre ricos e pobres.
"É uma grande honra. Sou um grande admirador", disse o presidente ao ser saudado pelo papa e convidado a se sentar junto à mesa do pontífice. "Muito obrigado por me receber".
Obama convidou Francisco a visitar a Casa Branca quando lhe deu sementes de frutas e vegetais do jardim da residência presidencial como presente simbólico.
A Casa Branca disse que outras sementes serão doadas nos Estados Unidos, que renderão várias toneladas de alimentos para uma instituição de caridade a ser escolhida pelo papa Francisco.
"Se tiver uma chance, pode vir à Casa Branca e ver o jardim", disse Obama ao papa enquanto lhe explicava o presente.
O papa, que, respondendo em espanhol, disse "mas é claro", deu a Obama duas medalhas comemorativas e uma cópia encadernada do Evangeli Gaudium (A Alegria do Evangelho), um documento que Francisco redigiu no ano passado e que é visto como o roteiro de seu papado.
"Sabe, provavelmente vou lê-lo no Salão Oval quando estiver profundamente frustrado, e tenho certeza de que vai me dar forças e acalmar", disse Obama, ao que o papa respondeu, em inglês, "assim espero".
Na entrevista ao Corriere della Sera, Obama disse que a "grande autoridade moral" de Francisco dá mais peso aos apelos por uma solução aos crescentes desequilíbrios entre os ganhadores e perdedores da globalização e das mudanças econômicas.
"Nos Estados Unidos, nas últimas décadas, vimos uma crescente disparidade entre a renda dos que estão no topo e a renda da família típica", disse ele. "Mas não é um problema apenas dos Estados Unidos, é um problema dos países mundo afora. E não é apenas uma questão econômica, é uma questão moral."
Desde sua eleição um ano atrás, o papa Francisco criticou várias vezes o capitalismo desenfreado, os excessos expostos pela crise financeira mundial e o fosso crescente entre ricos e pobres, mesmo nos países desenvolvidos.
Cidade do Vaticano - Dizendo-se "um grande admirador", o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , teve uma conversa particular de quase uma hora com o papa Francisco sobre a situação mundial nesta quinta-feira, e convidou o pontífice a visitar a Casa Branca.
Obama parecia à vontade e brincou com o papa durante a parte aberta aos repórteres de seu primeiro encontro com ele, dizendo em dado momento não saber como sua mulher e suas filhas "o aguentam".
O presidente e sua delegação, incluindo o secretário de Estado, John Kerry, passaram pelos saguões decorados de afrescos do Palácio Apostólico do Vaticano até a entrada da biblioteca particular de Francisco.
Não foram divulgados até o momento quaisquer detalhes da conversa, mas na véspera da reunião Obama deu uma entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera elogiando o compromisso do papa com o enfrentamento da diferença crescente entre ricos e pobres.
"É uma grande honra. Sou um grande admirador", disse o presidente ao ser saudado pelo papa e convidado a se sentar junto à mesa do pontífice. "Muito obrigado por me receber".
Obama convidou Francisco a visitar a Casa Branca quando lhe deu sementes de frutas e vegetais do jardim da residência presidencial como presente simbólico.
A Casa Branca disse que outras sementes serão doadas nos Estados Unidos, que renderão várias toneladas de alimentos para uma instituição de caridade a ser escolhida pelo papa Francisco.
"Se tiver uma chance, pode vir à Casa Branca e ver o jardim", disse Obama ao papa enquanto lhe explicava o presente.
O papa, que, respondendo em espanhol, disse "mas é claro", deu a Obama duas medalhas comemorativas e uma cópia encadernada do Evangeli Gaudium (A Alegria do Evangelho), um documento que Francisco redigiu no ano passado e que é visto como o roteiro de seu papado.
"Sabe, provavelmente vou lê-lo no Salão Oval quando estiver profundamente frustrado, e tenho certeza de que vai me dar forças e acalmar", disse Obama, ao que o papa respondeu, em inglês, "assim espero".
Na entrevista ao Corriere della Sera, Obama disse que a "grande autoridade moral" de Francisco dá mais peso aos apelos por uma solução aos crescentes desequilíbrios entre os ganhadores e perdedores da globalização e das mudanças econômicas.
"Nos Estados Unidos, nas últimas décadas, vimos uma crescente disparidade entre a renda dos que estão no topo e a renda da família típica", disse ele. "Mas não é um problema apenas dos Estados Unidos, é um problema dos países mundo afora. E não é apenas uma questão econômica, é uma questão moral."
Desde sua eleição um ano atrás, o papa Francisco criticou várias vezes o capitalismo desenfreado, os excessos expostos pela crise financeira mundial e o fosso crescente entre ricos e pobres, mesmo nos países desenvolvidos.