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Obama e numerosa delegação concluem visita à Arábia Saudita

O presidente americano visitou a Arábia Saudita para dar os pêsames ao novo rei pela morte do meio-irmão, e conversar sobre política e diplomacia

O presidente americano, Barack Obama (E), e o rei Salman ben Abdelaziz, da Arábia Saudita (Saudi Press Agency/Handout via Reuters)

O presidente americano, Barack Obama (E), e o rei Salman ben Abdelaziz, da Arábia Saudita (Saudi Press Agency/Handout via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2015 às 20h59.

Riad - O presidente americano, Barack Obama, visitou nesta terça-feira a Arábia Saudita para dar os pêsames ao novo rei pela morte do meio-irmão, conversar sobre política e diplomacia.

O presidente americano chegou esta tarde a bordo do Air Force One a Riad, onde foi recebido na escadaria do avião, por volta das 15H20 locais (10H20 de Brasília) pelo rei Salman ben Abdelaziz, que herdou o trono após a morte de Abdullah, na sexta-feira passada.

"É bom vê-los", disse a seus anfitriões o presidente americano, que deixou a capital depois de um jantar no palácio particular do rei.

Após a notícia de Abdullah, Obama teve que encurtar sua visita à Índia para visitar o reino conservador sunita, primeiro exportador mundial de petróleo, peso pesado do Oriente Médio e aliado dos Estados Unidos há 70 anos.

Estava acompanhado da esposa, Michelle, do secretário de Estado, John Kerry, do senador republicano, John McCain, diretor da CIA John Brennan e o general Lloyd Austin, chefe do comando central do exército americano (Centcom).

A delegação americana contou com 29 membros, entre eles ex-funcionários da era George e George W. Bush, como os antigos secretários de Estado James Baker e Condoleeza Rice.

"Deve-se mostrar aos sauditas a importância que têm para os Estados Unidos", avaliou Baker, que foi secretário de Estado durante a primeira Guerra do Golfo, para quem neste tempo de insegurança, o reino é uma ilha de instabilidade.

Vários analistas asseguram que Barack Obama e Salman ben Abdelaziz tentaram dar um novo impulso aos vínculos bilaterais entre os dois países, que se debilitaram nos últimos anos apesar de sua colaboração estratégica fundada em antigas relações e enormes interesses petroleiros.

O novo rei deveria pressionar Washington para que se envolva mais em buscar uma saída para a crise na região.

"Alguns temas devem ser objeto de um acordo entre o rei Salman e Obama, mas continuam havendo divergências", destaca Answar Eshqi, que chefia o Centro de Estudos Estratégicos do Oriente Médio, com sede em Jidá, no oeste da Arábia Saudita.

Segundo ele, Riad discorda com Washington na luta contra o terrorismo e nas crises em Iêmen, Síria e Líbia.

EI, Iêmen, Líbia e Irã

Ben Rhodes, conselheiro do presidente americano, disse antes da visita que na agenda estava o tema da luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico, da qual participam militarmente Riad, e da crise no Iêmen, país fronteiriço com a Arábia Saudita, aliado dos Estados Unidos na luta contra a Al Qaeda.

Ele também mencionou o Irã. Os especialistas consideram que os sauditas sunitas veem com receio o desejo de Washington de chegar a um acordo sobre o programa nuclear iraniano, sem levar em conta, segundo eles, a ascensão dos iranianos xiitas, seus grandes rivais, na região.

Com relação ao Iêmen e à Líbia, dois países à deriva politicamente e abalados por combates entre facções rivais, a Arábia Saudita deseja que Washington pressione os protagonistas das duas crises para que voltem à mesa de negociações, segundo Eshqi.

Sobre o conflito israelense-palestino, o reino saudita, que lançou uma iniciativa de paz com Israel em 2002, lamenta que o secretário de Estado, John Kerry, não tenha sido capaz de conseguir avanços.

Segundo Jean-François Seznec, especialista em petróleo e professor da universidade americana de Georgetown, as relações entre Riad e Washington não estão em seu melhor nível. "Os sauditas de todos níveis pensam que os americanos não são mais de confiança", afirmou.

Salman Shaikh, diretor do Brookings Doha Centre, atribui esta deterioração ao fato de o presidente Obama não ter criado vínculos pessoais estreitos com Abdullah, ao contrário de seu antecessor, George W. Bush.

Mas Frederic Wehrey, especialista em Golfo e das relações entre Estados Unidos e as monarquias petroleiras, acredita que "as diferenças podem ser solucionadas" e que a morte do rei Abdullah poderia "abrir um novo capítulo nas relações" entre os dois países.

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