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Obama a Assad: uso de armas químicas é "linha vermelha"

Barack Obama sugeriu nesta segunda-feira que os Estados Unidos poderiam cogitar uma intervenção militar no conflito sírio

Em fevereiro, a vantagem de Obama era de apenas dois pontos
 (Jewel Samad/AFP)

Em fevereiro, a vantagem de Obama era de apenas dois pontos (Jewel Samad/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2012 às 19h06.

Washington - O presidente norte-americano, Barack Obama, sugeriu nesta segunda-feira que os Estados Unidos poderiam cogitar uma intervenção militar no conflito sírio caso o governo de Bashar al-Assad ultrapasse a "linha vermelha" ao usar armas químicas ou biológicas.

Obama disse que "a esta altura" prefere evitar o envolvimento militar norte-americano, mas que haverá "enormes consequências" caso Assad não proteja seu arsenal de armas de destruição em massa.

Nas mais duras declarações de Obama sobre o assunto até agora, ele alertou a Síria não só para que não use armas não-convencionais, mas também para que não as mobilize de forma ameaçadora.

"Fomos claríssimos com o regime de Assad, mas também com outros atores no terreno, de que uma linha vermelha para nós é começarmos a ver ... armas químicas sendo deslocadas ou utilizadas", disse Obama. "Isso mudaria meus cálculos." "Não podemos ter uma situação na qual armas químicas ou biológicas estejam caindo nas mãos de pessoas erradas", disse Obama em entrevista coletiva improvisada na Casa Branca. Ele admitiu não estar "absolutamente confiante" quanto à proteção dos arsenais sírios.

Candidato à reeleição, Obama reluta em envolver os Estados Unidos em mais uma guerra no Oriente Médio, e se recusa até mesmo a fornecer armas para os rebeldes envolvidos em 17 meses de rebelião contra Assad.


No mês passado, a Síria admitiu pela primeira vez que possui armas químicas e biológicas, e ameaçou usá-las em caso de intervenção estrangeira no conflito.

Países ocidentais e Israel temem que, em caso de erosão da autoridade de Assad, suas armas químicas possam cair nas mãos de grupos militantes da região. Israel disse que "agirá imediatamente e com a máxima força" caso o grupo xiita libanês Hezbollah, aliado de Assad, obtenha o controle das armas não-convencionais.

"Estamos monitorando a situação de forma muito cuidadosa. Montamos vários planos de contingência", disse Obama ao ser questionado sobre a possibilidade de os Estados Unidos usarem a força militar para pelo menos protegerem o arsenal químico sírio.

Obama também insistiu na necessidade de que Assad deixe o poder.

"A comunidade internacional passou uma mensagem clara de que, ao invés de arrastar seu país para uma guerra civil, ele deveria se movimentar na direção de uma transição política", afirmou. "Mas, a esta altura, a possibilidade de um pouso suave parece muito distante", admitiu.

O presidente disse ainda que os Estados Unidos já forneceram 82 milhões de dólares em assistência humanitária a refugiados sírios e que "provavelmente acabaremos fazendo um pouco mais" para evitar instabilidades em países vizinhos.

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