Grupo Wagner: As primeira missões do grupo ocorreram em Donbass, no leste da Ucrânia (Arkady Budnitsky/Anadolu Agency/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 23 de agosto de 2023 às 16h28.
O líder do grupo paramilitar Wagner Yevgeny Prigoji estava na lista de passageiros de um avião que caiu nesta quarta, 23, na região de Tver. Relatos não confirmados da imprensa diziam que o jato pertencia a Prigozhin, fundador do grupo militar privado Wagner.
O jato usado no voo era um Embraer Legacy 600, que decolou às 17h59 na hora local, segundo o site de rastreamento FlightRadar24. Ele estava a 8.500 metros de altitude quando parou de enviar os dados, subitamente. Ainda não informações oficiais sobre a causa da queda. O sinal foi perdido em uma área rural onde não há pistas onde o jato pudesse pousar.
O avião fazia um voo particular de Moscou para São Petersburgo, com sete passageiros e três funcionários. Todos morreram no acidente, segundo a agência de notícias russa Tass. A queda ocorreu após cerca de 30 minutos de voo, e a aeronave pegou fogo após a queda.
O grupo liderado por Yevgeny Prigozhin teve papel importante na expansão russa na África e lutou a favor do governo Putin na guerra na Ucrânia, até a rebelião do grupo contra o ministério da defesa do país.
Fundado em 2014, o Wagner é um grupo paramilitar de mercenários composto por ex-soldados, prisioneiros e civis russos e estrangeiros. O líder da equipe de elite é o oligarca Yevgeny Prigozhin, com forte ligação ao Kremlin. As primeira missões do grupo ocorreram em Donbass, no leste da Ucrânia, e na península da Crimeia, quando os mercenários ajudaram as forças separatistas a tomar a região.
Durante anos, Prigojin fez trabalho clandestino para o Kremlin, enviando mercenários de seu grupo privado para lutar em conflitos no Oriente Médio e na África, sempre negando qualquer envolvimento. Com a guerra da Ucrânia, Putin utilizou os mercenários no conflito. Segundo estimativas, os paramilitares têm mais de 20 mil soldados na guerra da Ucrânia.
No entanto, em junho deste ano, Prigojin se rebelou. Ele acusou o Exército de Moscou de bombardear suas bases e convocou a população a se revoltar contra o comando militar.
Depois da rebelião, o Wagner deixou de lutar na Guerra da Ucrânia e seus membros puderam se asilar em Belarus. Prigojin voltou a Moscou, mas seguia com situação indefinida em relação ao governo Putin.
Nesta segunda-feira, Prighozin publicou no Telegram um vídeo em que ele aparecia na África. Foi o primeiro vídeo que divulgado por ele desde que ocorreram os desentendimentos com o exército russo. Ele dizia que Wagner estava para realizar missões de busca e reconhecimento e a "tornar a Rússia ainda maior em todos os continentes e a África ainda mais livre".