Gripe K: entenda a variante do influenza monitorada pela OMS (Guido Mieth/Getty Images)
Redatora
Publicado em 24 de dezembro de 2025 às 06h32.
A chamada gripe K é um "filhote" do vírus influenza A (H3N2), identificado oficialmente como J.2.4.1. Trata-se de uma variação genética esperada dentro do processo evolutivo do vírus da gripe, sem caracterizar um novo tipo de influenza. O subtipo passou a ser monitorado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) após a identificação de um crescimento mais acelerado em alguns países.
Apesar do aumento, a OMS informa que os casos seguem dentro do esperado para a estação. Em algumas regiões, no entanto, a circulação teve início mais cedo do que o habitual.
O vírus influenza é dividido em quatro tipos: A, B, C e D. Entre eles, os tipos A e B são os responsáveis pelas epidemias sazonais. No caso da influenza A, há diversos subtipos, definidos pelas combinações das proteínas H e N, como ocorre com o A(H3N2).
Essas variações genéticas fazem parte da evolução natural do vírus e explicam a necessidade de atualização anual das vacinas contra a gripe.
Dados da plataforma GISAID, usada por pesquisadores do mundo inteiro, indicam crescimento do tipo K. A OMS o detectou em mais de 34 países nos últimos seis meses.
O aumento foi observado principalmente na Europa, em países da Ásia e na Oceania, como Austrália e Nova Zelândia. Estados Unidos e Canadá também registram crescimento gradual. Até o momento, não há circulação semelhante na América do Sul.
As autoridades de saúde afirmam que não há evidências de maior gravidade. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), não foram observadas mudanças relevantes em internações, casos graves ou óbitos.
Especialistas destacam que o subtipo H3N2 costuma causar quadros mais intensos em idosos. Ainda assim, os sintomas permanecem semelhantes aos da gripe comum.
Até agora, não foram identificados sintomas específicos da variante K. O quadro clínico é o mesmo do influenza sazonal. Entre os principais sinais estão:
Em alguns casos, podem ocorrer sintomas gastrointestinais, como diarreia e vômito.
Dados preliminares indicam que a vacina contra a gripe continua protegendo contra formas graves da doença. A OMS afirma que, mesmo com diferenças genéticas, a imunização segue eficaz como medida de saúde pública.
Estimativas mostram eficácia entre 70% e 75% na prevenção de hospitalizações em crianças. Entre adultos, a proteção varia entre 30% e 40%. Vacinas com cepas atualizadas já estão em produção para o Hemisfério Sul.
A OMS recomenda que os países mantenham a vigilância ativa sobre o vírus. Para a população, a principal orientação é manter a vacinação em dia, especialmente entre grupos mais vulneráveis.
Trata-se de monitoramento preventivo de uma variante do vírus influenza já conhecido.