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O desafio migratório na Itália em números

O líder da Liga, que proibiu a entrada da embarcação Aquarius na Itália, prometeu durante a campanha eleitoral expulsar milhares de imigrantes ilegais

Em 2013, havia 22.000 pessoas nos centros de acolhimentos. No final de janeiro, o número subiu para 182.000 graças ao desenvolvimento de estruturas privadas (Karpov/Reuters)

Em 2013, havia 22.000 pessoas nos centros de acolhimentos. No final de janeiro, o número subiu para 182.000 graças ao desenvolvimento de estruturas privadas (Karpov/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de junho de 2018 às 15h35.

A questão migratória, depois de ter dominado a campanha eleitoral na Itália, volta ao primeiro plano com o fechamento dos portos do país. Esta é a situação em alguns números:

Cinco milhões de estrangeiros

Segundo o Instituto Italiano de Estatística (Istat), os estrangeiros em situação legal representam 5 milhões de pessoas dos 60,5 milhões de habitantes da Itália, ou seja, 8,3%, o mesmo número que os italianos que vivem no exterior.

São principalmente romenos (23%), albaneses (9%), marroquinos (8%), chineses (5,5%), ucranianos (4,5%), filipinos (3,3%) e indianos (3%), e trabalham principalmente em pequenas empresas, serviços domésticos ou na agricultura.

Mas aqueles que realmente preocupam são os mais de 690 mil, em sua maioria da África subsaariana, que desembarcaram desde 2013. Uma parte ainda está no país, com ou sem documentos.

Segundo várias estimativas, os imigrantes ilegais são cerca de 500 mil, seja porque tiveram o direito de asilo negado ou porque chegaram com um visto que já expirou.

Seu impacto econômico

Segundo o centro de estudos sobre imigração Idos, os imigrantes contribuem com entre 2,1 e 2,8 bilhões de euros a mais do que custam aos cofres públicos: mais jovens que a média dos italianos, contribuem mais do que recebem em aposentadoria ou com gastos de segurança social.

No entanto, as chegadas via Líbia custaram ao Estado mais de 4,2 bilhões de euros em 2017, segundo o governo: 18% para o resgate em alto mar, 13% para assistência médica e 65% para os centros de acolhimento.

Em 2013, havia 22.000 pessoas nesses centros. No final de janeiro, o número subiu para 182.000 graças ao desenvolvimento de estruturas privadas - presentes em 40% das localidades - para as quais o Estado paga 35 euros por pessoa por dia.

Os fluxos migratórios

Matteo Salvini, ministro do Interior e líder da Liga (extrema-direita), prometeu interromper o fluxo de chegadas e expulsar centenas de milhares de imigrantes ilegais.

Mas o futuro dos fluxos via Líbia dependerá sobretudo da estabilização do país e da continuidade dos polêmicos acordos alcançados por Roma com as autoridades e as milícias líbias, que permitiram uma redução considerável das chegadas desde meados de 2017.

Cerca de 13.808 migrantes chegaram às costas italianas entre 1 de janeiro e 8 de junho, ou seja, uma redução de mais de 84% em um ano.

E a expulsão das multidões de imigrantes ilegais deverá ser precedida por uma multiplicação dos acordos com os países de origem. Um esforço nesse sentido permitiu um aumento de 12% nas expulsões em 2017. Segundo o ministro do Interior, passaram de 5.817 em 2016 para 6.514 no ano passado.

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