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Números oficiais da China não refletem realidade de surto de covid, diz OMS

A China enfrenta atualmente seu pior surto de infecções após a suspensão de sua política de "covid zero" no início de dezembro

O diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Michael Ryan (AFP/AFP Photo)

O diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Michael Ryan (AFP/AFP Photo)

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AFP

Publicado em 4 de janeiro de 2023 às 14h16.

Última atualização em 4 de janeiro de 2023 às 14h20.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) criticou, nesta quarta-feira, 4, a nova definição da China para mortes por covid-19, considerando-a "muito reduzida", e afirmou que as estatísticas oficiais não refletem o verdadeiro impacto do surto atual no país.

"Acreditamos que os números atuais publicados pela China sub-representam o impacto real da doença em termos de internações hospitalares, internações em terapia intensiva e, principalmente, em termos de mortes", declarou Michael Ryan, diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS.

A China enfrenta atualmente seu pior surto de infecções após a suspensão de sua política de "covid zero" no início de dezembro.

Apesar da onda de casos, o país registra oficialmente poucas mortes ligadas à covid-19 em razão de uma polêmica mudança na metodologia de contagem.

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Agora, apenas as pessoas que morrem em decorrência direta de insuficiência respiratória ligada ao coronavírus são contabilizadas nas estatísticas.

"Consideramos que esta definição é muito restrita", disse Ryan.

Na semana passada, a OMS se reuniu com autoridades chinesas para discutir a explosão no número de infecções e internações.

"Continuamos a pedir à China dados mais rápidos, regulares e confiáveis sobre internações e mortes, bem como o sequenciamento mais completo e em tempo real do vírus", enfatizou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva nesta quarta-feira.

"Esses números são úteis para a OMS e para o mundo inteiro, e pedimos a todos os países que os compartilhem. Os dados continuam sendo essenciais para que a OMS possa fazer avaliações regulares, rápidas e robustas dos riscos associados à situação atual e adaptar seus conselhos e orientações de acordo", explicou.

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