Refugiados: multidão saía da cidade de Kobani e se alojou a poucos km da fronteira (Murad Sezer/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2014 às 15h47.
Suruc, Turquia - Refugiados que atravessaram a fronteira da Síria para a Turquia afirmaram que a cidade de onde vieram ficou vazia, com a saída de todos os moradores, exceto alguns milhares de combatentes que tentam barrar o avanço dos militantes do Estado Islâmico.
Com o início dos ataques aéreos norte-americanos na região, na noite desta segunda-feira, o número de desalojados sírios que fugiram para o território turco nos últimos cinco dias chegou a 150 mil.
A multidão saía da cidade de Kobani e se alojou a poucos quilômetros da divisa.
A Turquia já havia recebido cerca de um milhão de desabrigados sírios desde o início da guerra civil no país, em 2011, mas o fluxo desta última semana foi o maior já registrado, afirmou a agência para refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU).
As forças curdas que combatem o Estado Islâmico expressaram nesta terça-feira sua esperança que os ataques aéreos realizados pelos Estados Unidos e cinco países árabes contra os militantes possam proporcionar algum alívio.
O porta-voz do Partido de União Democrática curdo, Nawaf Khalil, disse que as ofensivas contra os extremistas iriam "ajudar" o braço armado da sua coalizão na Síria.
Os combatentes em Kobani, no entanto, afirmam que ainda não houve uma amenização no conflito.
As bombas, eles dizem, não atingiram posições do Estado Islâmico nas proximidades da cidade. Segundo um dos soldados curdos que protegem a região, as ofensivas não barraram os ataques do inimigo, mas ele tinha esperanças que o rearmamento dos militantes seria dificultado.
A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Selin Unal, que tem dado apoio ao governo turco para lidar com os desalojados sírios, disse que a migração nos últimos dias representava "provavelmente a maior onda na região em um curto período de tempo, e certamente a maior para a Turquia".
Segundo ela, as necessidades dos desabrigados são tão grandes que a organização considerava levar ajuda humanitária de outros países.
Khalil elogiou os esforços turcos e pediu ajuda estrangeira, destacando que, apesar de a Turquia ter recebido o maior número de refugiados da região, o país tem recebido menos apoio estrangeiro do que países vizinho para a ajudar os desalojados.
Fonte: Associated Press.