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Número de mortos supera 800 em Gaza; Kerry pressiona

John Kerry pressionou líderes regionais a firmarem um cessar-fogo em Gaza nesta sexta-feira, após o número de civis mortos ter disparado


	John Kerry: secretário fez diversas ligações e seus auxiliares deixaram claro que sua paciência estava se esgotando
 (Brendan Smialowski/Reuters)

John Kerry: secretário fez diversas ligações e seus auxiliares deixaram claro que sua paciência estava se esgotando (Brendan Smialowski/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2014 às 10h18.

Gaza/Jerusalém - O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, pressionou líderes regionais a firmarem um cessar-fogo em Gaza nesta sexta-feira, após o número de civis mortos ter disparado, ameaçando espalhar o banho de sangue entre israelenses e palestinos para a Cisjordânia ocupada e também Jerusalém.

Com Israel e combatentes islâmicos do Hamas apresentando termos aparentemente irreconciliáveis para uma trégua, a qual mediadores esperam que começe antes de uma celebração religiosa muçulmana na semana que vem, Kerry fez diversas ligações do Egito, enquanto seus auxiliares deixaram claro que sua paciência estava se esgotando.

A urgência foi causada pela morte, na quinta-feira, de 15 pessoas em uma escola da ONU onde civis buscam abrigo, no norte da Faixa de Gaza, em um ataque que as qual autoridades locais atribuíram à artilharia de Israel.

Israel disse que suas forças sofreram ataques de guerrilheiros palestinos na área da escola e revidaram fogo, e acusou o Hamas de evitar que qualquer remoção de civis fosse realizada.

Autoridades de Gaza disseram que ataques de Israel mataram 27 pessoas nesta sexta-feira, incluindo o chefe de mídia do Jihad Islâmico, aliado do Hamas, e também seu filho.

Assim, o número de mortos palestinos em Gaza em 18 dias já totaliza 819 pessoas, a maioria civis. Na Cisjordânia ocupada, onde o presidente palestino, Mahmoud Abbas, que tem o apoio dos EUA, governa em uma incômoda coordenação com Israel, cerca de 10 mil manifestantes marcharam em solidariedade com Gaza durante a noite, uma escala que relembra revoltas do passado.

Manifestantes foram até um ponto de controle de Israel, atirando pedras e coquetéis molotov, e médicos palestinos disseram que uma pessoa morreu a tiros e 200 ficaram feridas quanto as tropas abriram fogo.

Nesta sexta-feira, a polícia paramilitar israelense ficou em estado de alerta para quaisquer ocorrências na mesquita mais importante de Jerusalém durante as orações para a etapa final do mês sagrado muçulmano do Ramadã. Yitzhak Aharonovitch, ministro da polícia de Israel e membro do gabinete de segurança, disse estar realizando diversas consultas sobre como conter as crescentes hostilidades.

“Temos uma noite muito difícil”, disse ele à rádio do Exército de Israel. “Espero que consigamos passar bem o dia hoje." Israel perdeu 32 soldados em Gaza por conta de um avanço terrestre cujo objetivo oficial é destruir dezenas de túneis utilizados para a infiltração de combatentes do Hamas, que ameaçam vilas ao sul do país assim como bases do Exército.

Três civis foram mortos em Israel por ataques de foguetes e morteiros vindos de Gaza - disparos que aumentaram no mês passado depois da repressão militar israelense contra ativistas do Hamas na Cisjordânia. Esses projéteis desencadearam a ofensiva de Israel contra Gaza em 8 de julho.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deve reunir seu gabinete de segurança nesta sexta-feira para discutir uma trégua humanitária limitada sob a qual o movimento palestino estaria livre para permitir ajuda às pessoas, assim como a retirada de mortos e feridos.

O líder do Hamas, Khaled Meshaal, havia expressado, na quarta-feira, apoio a trégua humanitária, mas apenas se Israel aliviasse as restrições impostas ao 1,8 milhão de habitantes da Faixa de Gaza.

O Hamas também quer que o Egito abra suas fronteiras com Gaza, e tem exigido que Israel liberte centenas de prisioneiros detidos na Cisjordânia no mês passado após o sequestro e assassinato de três estudantes seminaristas judeus. Essas concessões, no entanto, pareciam improváveis, considerando que tanto Israel quanto o Egito consideram o Hamas como ameaça à sua segurança.

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