Bombardeios israelenses em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza (AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 18 de janeiro de 2024 às 13h36.
O movimento islamista palestino Hamas, que governa Gaza, disse que pelo menos 93 pessoas morreram na manhã desta quinta-feira, 18, em bombardeios no sul do território, onde soldados israelenses intensificaram as suas operações militares.
Ao menos "93 pessoas morreram nos ataques da noite passada e nas primeiras horas da manhã, incluindo 16 em um bombardeio contra uma casa de família em Rafah", na fronteira com o Egito, disse o Hamas, que está no poder em Gaza desde 2007.
O Exército israelense, que bombardeia o território palestino desde 7 de outubro, também realizou uma dezena de operações em Khan Yunis e em acampamentos de refugiados instalados ao redor da cidade, o principal deles no sul do território.
Israel afirma que altos funcionários do Hamas estão escondidos no hospital Nasser da cidade, de onde subiam espessas colunas de fumaça.
Em um comunicado, o Exército informou que os soldados "eliminaram dezenas de terroristas [em combates] corpo a corpo, com ajuda de disparos de tanques e com um apoio aéreo".
Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, classificado como "organização terrorista" pelos Estados Unidos e pela União Europeia, em resposta ao ataque perpetrado por seus milicianos em 7 de outubro.
Comandos islamistas mataram cerca de 1.140 pessoas em Israel naquele dia, a maioria civis, segundo um relatório da AFP baseado em dados oficiais.
Também sequestraram cerca de 250 pessoas, das quais 132 ainda estão detidas em Gaza e quase 100 foram libertadas durante uma trégua em novembro.
Em resposta ao ataque, Israel lançou uma operação aérea e terrestre em Gaza. Até agora, os bombardeios deixaram 24.620 mortos, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Hamas.
Israel mantém um "cerco total" ao território devastado de 362 km2 desde 9 de outubro, e impede a entrada de água, alimentos, medicamentos e combustível.
Uma remessa com 61 toneladas de ajuda humanitária entrou em Gaza na madrugada desta quinta-feira, segundo fontes israelenses e palestinas.
Um acordo anunciado na terça pelo Catar, um mediador-chave, permite enviar medicamentos aos reféns nas mãos do Hamas, em troca de ajuda para os habitantes de Gaza.
A ONU estima que 80% dos 2,4 habitantes de Gaza estão deslocados e enfrentam uma crise humanitária, com metade dos hospitais fora de serviço.
O Parlamento Europeu pediu, nesta quinta-feira, um cessar-fogo "permanente" em Gaza, mas com a condição de que todos os reféns sejam libertados imediatamente.
Fora de Gaza, o Exército israelense multiplica as suas incursões na Cisjordânia, um território palestino que ocupa desde 1967.
Um homem de 27 anos morreu em Tulkarem, no nordeste, após receber um tiro no peito, informaram as autoridades locais.
Pelo menos 366 palestinos morreram na Cisjordânia desde 7 de outubro, seis deles na quarta-feira, segundo um balanço da AFP.
A comunidade internacional também teme uma conflagração regional da guerra, com trocas de tiros diárias entre o Exército israelense e o movimento libanês Hezbollah na fronteira israelense-libanesa.
Os rebeldes huthis do Iêmen intensificaram os ataques a navios que consideram vinculados a Israel no Mar Vermelho, "em solidariedade" aos habitantes de Gaza.
Os Estados Unidos, em resposta, bombardeiam posições do grupo, descrito como "terrorista" por Washington.