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EUA têm novo recorde de mortes por covid enquanto vacinas geram esperança

Nesta quinta-feira, completa-se um ano desde que a China notificou o primeiro caso à Organização Mundial da Saúde (OMS)

Kamala Harris já foi vacinada (Agence France-Presse/AFP)

Kamala Harris já foi vacinada (Agence France-Presse/AFP)

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AFP

Publicado em 31 de dezembro de 2020 às 15h00.

Última atualização em 31 de dezembro de 2020 às 16h52.

Os Estados Unidos registraram quase 4.000 mortos por covid-19 em 24 horas, um novo recorde, enquanto o mundo termina o ano com a esperança de que as vacinas permitam erradicar o vírus.

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O país mais abalado no mundo pela pandemia registrou, na quarta-feira (30), 3.927 mortes, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. E, com 189.671 novas infecções em um dia, os Estados Unidos se aproximam dos 20 milhões de casos.

Nesta quinta-feira, completa-se um ano desde que a China notificou o primeiro caso à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Um ano depois, o vírus causou cerca de 1,8 milhão de mortes em todo mundo e mais de 82 milhões de casos de contágio, de acordo com balanço feito pela AFP.

Neste momento, autoridades e especialistas temem que as viagens pelas festas de fim de ano aumentem a propagação da doença.

Os países correm para vacinar suas populações, mas muitos deles não renunciam às medidas de confinamento, como Alemanha, Irlanda e Inglaterra.

Com mais de 72.500 mortes, o Reino Unido enfrenta um aumento nas infecções atribuídas a uma variante do vírus. Segundo um estudo britânico, ela é mais contagiosa (entre 50% e 74%) e está sendo detectada em um número cada vez maior de países.

Para sair da crise, as autoridades apostam nas vacinas. Ontem, a Agência Britânica de Medicamentos (MHRA, na sigla em inglês) deu sinal verde para o imunizante do laboratório AstraZeneca e da Universidade de Oxford. A Argentina também concedeu autorização para esta vacina na quarta-feira e, horas depois, El Salvador fez o mesmo.

Vacinas muito esperadas
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, celebrou uma notícia "realmente fantástica" e um "triunfo da ciência britânica".

A vacina da AstraZeneca começará a ser usada no Reino Unido a partir de 4 de janeiro. O país já encomendou 100 milhões de doses.

Uma autorização desta vacina ainda em janeiro pela União Europeia parece pouco provável, conforme a Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Já os Estados Unidos esperam autorizá-la apenas em abril, afirmou o conselheiro-chefe do programa de vacinação do país, Moncef Slaoui.

A vacina AstraZeneca/Oxford é muito esperada por motivos práticos: é muito mais barata que a já distribuída pela Pfizer/BionTech e pode ser armazenada em temperaturas entre 2°C e 8°C, o que facilita a vacinação em larga escala.

Uma vacina desenvolvida pela gigante americana Johnson & Johnson pode ser aprovada em fevereiro nos Estados Unidos. Ela também é muito aguardada, porque requer dose única, em vez das duas exigidas pelos imunizantes aprovados até agora.

Por enquanto, duas vacinas (Pfizer/BioNTech e Moderna) foram licenciadas nos Estados Unidos, e cerca de 2,8 milhões de pessoas receberam suas primeiras doses - ainda longe da meta do governo Donald Trump.

A variante do vírus descoberta no Reino Unido acaba de ser identificada no oeste dos Estados Unidos, com dois primeiros casos detectados oficialmente no Colorado, e outro, em San Diego, no sul da Califórnia.

O renomado imunologista americano Anthony Fauci disse "que não está surpreso" com isso, nem particularmente preocupado, porque essa mutação "provavelmente já estava circulando em outros estados".

Pence: vice americano já se vacinou contra a covid-19 (Cheriss May/Reuters)

"Imensos desafios"
A Alemanha, que na primeira onda foi bastante preservada pela pandemia, agora está sendo duramente atingida. Na quarta-feira, registrou pela primeira vez mais de 1.000 mortes ligadas à covid-19 no intervalo de 24 horas.

A crise "histórica" do coronavírus continuará em 2021, advertiu a chanceler alemã, Angela Merkel, em seu discurso de fim de ano. "Os desafios colocados pela pandemia continuam sendo imensos", enfatizou.

O governo restabeleceu as medidas de confinamento parcial até pelo menos 10 de janeiro. Ainda assim, o ministro da Saúde, Jens Spahn, celebrou o sucesso da campanha de vacinação e disse que 60.000 alemães já foram imunizados.

Não é o caso da França, onde dirigentes políticos e médicos, inclusive o geneticista Axel Kahn, lamentam a extrema lentidão da campanha em relação a outros países europeus.

Também na Itália, o retorno à normalidade está distante. O primeiro-ministro Giuseppe Conte disse que somente quando entre 10 milhões e 15 milhões de habitantes da península estiverem vacinados haverá avanços.

Margaret Keenan, 90, se tornou a primeira pessoa no mundo a receber a vacina da Pfzer/BioNtech contra covid-19 fora de um ensaio clínico (Jacob King/Pool/Reuters)

Argentina e El Salvador
Na América Latina e no Caribe, a segunda região do mundo a lamentar mais de meio milhão de mortes por coronavírus, Argentina e El Salvador foram os primeiros países a autorizar a vacina AstraZeneca.

O produto, com o qual a Argentina mantém acordo de fabricação, foi inscrito no "registro de vacinas de interesse sanitário em emergências" argentino pelo período de um ano, informou a Administração Nacional de Medicamentos (ANMAT).

A Argentina já aplica o imunizante russo Sputnik V e também validou o da Pfizer/BioNTech. 

Enquanto isso, em El Salvador, após anunciar a aprovação da vacina britânica, o presidente Nayib Bukele disse: "Acredito que a vacina desenvolvida pela AstraZeneca, a Universidade de Oxford e o Grupo Oxford para Vacinas será a que realmente fará a diferença na pandemia. Por quê? Porque eles se concentraram na eficácia, mas também em preços acessíveis, distribuição rápida, capacidade de logística, e foi planejada pensando no mundo inteiro".

Outro avanço na área de vacinas vem da China, país onde o vírus surgiu há um ano.

Na quarta-feira, o laboratório Sinopharm anunciou a eficácia de 79% de um de seus imunizantes, que deve ser distribuído na China e nos países desenvolvidos.

 

 

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