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Nova York desperta sem luz, transporte e isolada

O panorama em uma das cidades mais vibrantes do mundo era desolador no início desta manhã

Ruas ficam às escuras em NY: em Manhattan, a parte mais atingida era ao sul da rua 40, a partir da qual dezenas de milhares de lares não tinham eletricidade (©AFP/Getty Images / Allison Joyce)
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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2012 às 15h02.

Nova York - Nova York despertou nesta terça-feira do pesadelo provocado pela passagem da supertempestade Sandy como uma cidade fantasma, com grande parte de Manhattan sem luz, os transportes públicos suspensos e várias de suas pontes e túneis fechados.

Sandy, que soprou com ventos de até 150 km/h na segunda-feira à noite quando atingiu a costa leste dos Estados Unidos, deixou um saldo provisório de dez mortos em Nova York, segundo o prefeito Michael Bloomberg.

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O panorama em uma das cidades mais vibrantes do mundo era desolador no início desta manhã, com as ruas desertas, com exceção dos veículos da polícia garantindo a segurança, constatou a AFP.

Galhos e às vezes até árvores quase inteiras jaziam em ruas muito transitadas, como a Sexta Avenida, enquanto em áreas comerciais, como Union Square ou Grand Central, as lojas estavam fechadas.

Em Manhattan, a parte mais atingida era ao sul da rua 40, a partir da qual dezenas de milhares de lares não tinham eletricidade.

Na manhã desta terça-feira, dois milhões de clientes estavam às escuras em Nova York, indicou o departamento de Energia, que ressaltou que no país inteiro este número chegava a oito milhões.

O presidente do distrito de Manhattan, Scott Stringer, afirmou que era necessário restabelecer a eletricidade o quanto antes, mas admitiu que "tudo isto vai levar tempo". "Vão ser duas semanas muito longas", sustentou.


Já o transporte público - elemento vital para os 8,2 milhões de nova-iorquinos - estava interrompido desde a noite de domingo e, segundo o prefeito de Nova York, a previsão é que a maioria dos ônibus volte a circular na quarta-feira.

O presidente da Autoridade de Transporte Metropolitano (MTA), Joseph Lotha, disse nesta terça-feira de manhã que, para o sistema de transporte, se tratava "de longe do acontecimento mais devastador já vivido" na cidade.

A água do mar se infiltrou nos corredores e túneis do metrô, superando em algumas ocasiões o nível das plataformas, explicou Lotha à rede de televisão NY1.

Manhattan também estava praticamente incomunicável com o resto da região, e a situação só começou a melhorar nesta terça-feira, quando três pontes que unem Manhattan com Brooklyn (Brooklyn, Manhattan e Williamsburg, todas sobre o East River) foram reabertas.

Pelo segundo dia consecutivo, as escolas estavam fechadas, assim como a Bolsa de Nova York.

Fiéis as suas idiossincrasias, os nova-iorquinos reagiam com calma diante da adversidade.

Tommy Flynn, um fotógrafo de 57 anos que vive no bairro de Tribeca, no sul de Manhattan, se mostrava filosófico e disposto a ter paciência e ficar em casa, apesar de não ter eletricidade.


"Com minha namorada preparamos provisões de água, alimentos não perecíveis, pilhas, lanterna, chocolate. Além disso não temos para onde ir", explicou à AFP.

Kyle Kaminski, de 25 anos, também iria passar o dia em casa diante da impossibilidade de trabalhar em seu escritório, embora pensasse em realizar um trajeto ao centro da cidade para tentar comprar suprimentos.

"Vivo a seis ruas daqui. Não temos nem luz, nem água corrente porque tudo depende da eletricidade", afirmou este analista do setor imobiliário comercial oriundo do Wisconsin (centro-oeste dos Estados Unidos) e em Nova York há oito meses.

Em Battery Park, no extremo sul, onde a inundação começou na segunda-feira à noite, no pior momento da tempestade, um recorde com 4,15 metros acima do normal, ainda podiam ser observadas algumas regiões inundadas, embora a água tenha baixado quase por completo.

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