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Nos EUA, uso de fake news nas eleições 2018 já superou Trump em 2016

Estudo da Universidade de Oxford mostra que promessas de Twitter e Facebook para conter fake news em suas plataformas não surtiram efeito

Donald Trump: nas eleições legislativas americanas, fake news já superam 2016 e vitória de Trump (Mike Segar/Reuters)

Donald Trump: nas eleições legislativas americanas, fake news já superam 2016 e vitória de Trump (Mike Segar/Reuters)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 3 de novembro de 2018 às 12h42.

São Paulo - Apesar das promessas de Twitter e Facebook de lutarem contra as fake news (notícias falsas) em suas plataformas, pouco mudou após a eleição de Donald Trump em 2016, quando os escândalos das notícias falsas direcionadas definindo pleitos políticos começaram.

Um novo estudo da Universidade de Oxford mostra que as fake news e textos de ódio de cunho político distribuídos nas redes sociais em 2018 nos EUA, quando acontecem eleições legislativas, já é maior que o fluxo desses materiais durante a corrida presidencial que consagrou Trump como o novo presidente americano há dois anos.

As eleições de 2018 nos EUA vão definir a composição da Câmara dos Deputados e do Senado. Os democratas querem recuperar a maioria das duas casas, atualmente dos republicanos.

O estudo de Oxford analisou 2,5 milhões de tweets e 7 mil páginas no Facebook para encontrar os perfis mais responsáveis por espalhar as "junk news" (notícias lixo), termo que engloba as notícias falsas e também conteúdos de teorias da conspiração e material ofensivo.

Os quatro autores do estudo, Nahema Marchal, Lisa-Maria Neudert, Bence Kollanyi e Philip N. Howard, descobriram que, se em 2016 a distribuição das fake news vinha de perfis ligados à Rússia e de sites de extrema-direita, em 2018 esse tipo de conteúdo passou a ser distribuído também por grupos moderados e conservadores, mais perto do centro no espectro político.

Com um sistema de notas de 0 a 100, que classifica diferentes tipos de páginas de Facebook de acordo com o número de interações com fake news (criando e/ou disseminando esse conteúdo), o estudo conseguiu descobrir os perfis políticos que mais contribuem com a praga das notícias falsas.

Páginas de extrema-direita receberam nota 89, ou seja, compartilham muitas fake news. Páginas conservadoras receberam nota 83. Na outra ponta da tabela, páginas de oposição de esquerda ganharam nota 24, páginas de notícias mainstream (dos principais canais jornalísticos americanos) receberam nota 20 e páginas libertárias receberam nota 63. A diferença nas notas mostra que as fake news estão vindo mais da direita e da extrema-direita.

Já no Twitter, as notícias falsas cresceram. Em 2016, 20% das notícias políticas no Twitter foram consideradas fake news. Em 2018, durante as eleições legislativas, esse índice subiu para 25%.

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