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Nos EUA, apoio à energia nuclear atinge máxima desde 2012

No entanto, o apoio dos americanos ao uso da energia nuclear é altamente dividido por preferência partidária

Participação nuclear na geração global de energia elétrica em 2023 caiu para 9,1%, comparado a 9,2% em 2022. (Getty Images/Divulgação)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 25 de abril de 2023 às 14h25.

Última atualização em 25 de abril de 2023 às 15h04.

O apoio ao uso de energia nuclear como fonte de eletricidade está em seu maior nível desde 2012 nos Estados Unidos.  De acordo com uma nova pesquisa do Gallup, 55% disseram dos adultos dos EUA pesquisados dissera que apoiam "fortemente" ou "um pouco" o uso de energia nuclear, enquanto 44% se opõem.

Os dados também relevam que republicanos, homens e graduados universitários são os mais propensos a apoiar esse uso de energia nuclear. A pesquisa do Gallup, que começou em 1994, mostra que os americanos geralmente são mais propensos a apoiar a energia nuclear quando os preços do petróleo estão altos — e consequentemente menos abertos a isso quando os preços do petróleo estão baixos.

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Fonte: Gallup-(Gallup/Divulgação)

Recentemente, o presidente Joe Biden incluiu a energia nuclear em sua estratégia de energia limpa para os EUA alcançarem 100% de geração elétrica limpa até 2035.

Energia nuclear: uma divisão política

No entanto, o apoio dos americanos ao uso da energia nuclear é altamente dividido por preferência partidária. Mais de 60% dos entrevistados republicanos são favoráveis ao uso da energia nuclear para fornecer eletricidade nos EUA. Entre democratas, esse dado é de 46% — e 56% entre independentes.

Fonte: Gallup (Gallup/Divulgação)

Os números ainda estão abaixo dos pontos mais altos historicamente registrados para cada partido. Os democratas registraram o seu maior apoio à energia nuclear em 2009, com 54%. Já os republicanos tiveram o maior apoio em 2001, com 76%. Enquanto isso, a opinião dos independentes sobre o uso de energia nuclear permaneceu relativamente estável ao longo dos anos.

A pesquisa foi realizada no início de março, quando a administração Biden destinou mais de US$ 1 bilhão para manter as usinas nucleares americanas em funcionamento. A energia nuclear é vista como um elemento-chave para a estratégia climática do presidente Biden para alcançar a energia limpa nos EUA até 2035.

Transição energética e descarbonização

Nos últimos anos, a energia nuclear saiu de um papel de vilã para aliada no combate à descarbonização do planeta. Embora seja amplamente vista como uma fonte de energia limpa, críticos argumentam que o armazenamento de lixo nuclear representa um risco ambiental significativo — além de a construção de novas usinas nucleares ser considerada muito cara.

Na União Europeia, a França lidera um grupo de 11 países que comprometeram no final de fevereiro a "reforçar a cooperação europeia" em torno da energia nuclear, a qual consideram uma forma eficaz de combater a mudança climática.

“A energia nuclear é uma das muitas ferramentas que nos permitem atingir nossos objetivos climáticos, produzir eletricidade de base e garantir a segurança do abastecimento”, disseram estes países em uma declaração assinada à margem de uma reunião de ministros europeus da Energia em Estocolmo.

Além daFrança, fazem parte do grupoBulgária, Croácia, República Tcheca, Hungria, Finlândia, Holanda, Polônia, Romênia, Eslováquia e Eslovênia.

Em contrapartida, Alemanha, Áustria e Luxemburgo são contrários ao surgimento da energia atômica na Europa. "Para ganhar a corrida contra a mudança climática temos de agir rápido. As novas centrais nucleares levam 15 anos para serem construídas, ou seja, é entre duas e três vezes mais caro do que no caso da energia eólica, ou solar. Isso é ideologia, e não pragmatismo", argumentou em fevereiro o ministro luxemburguês, Claude Turmes.

Na Alemanha, por outro lado, o governoconcluiu o processo de abandono desse tipo de energia na semana passada. Desde 2003, a maior economia europeia já fechou 16 reatores.

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