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Quem são os favoritos ao Nobel da Paz 2016

Nobel da Paz 2016 será anunciado nesta sexta-feira. Conheça os nomes mais cotados a receber a honraria, segundo o Peace Research Institute Oslo


	Defesa Civil da Síria resgata crianças após ataque em Aleppo: os "capacetes brancos" são um dos favoritos ao Nobel da Paz
 (Reuters)

Defesa Civil da Síria resgata crianças após ataque em Aleppo: os "capacetes brancos" são um dos favoritos ao Nobel da Paz (Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 6 de outubro de 2016 às 12h21.

São Paulo - O mundo conhecerá o vencedor do Prêmio Nobel da Paz 2016 nesta sexta-feira, 7 de outubro. E a edição 2016 dessa honraria que é entregue todos os anos desde 1901 bateu o recorde de inscritos, com 376 indicações, das quais 228 são pessoas físicas e 148 são organizações.

Impossível dizer com precisão quem será o nome reconhecido como a figura mais importante para a paz no mundo no último ano, mas é possível especular, dentre os nomeados, aqueles que têm as melhores chances de receber o Prêmio Nobel da Paz.

E é isso que os diretores do Peace Research Institute Oslo (PRIO), uma das mais importantes e tradicionais entidades de pesquisas sobre a paz, fizeram ao divulgar nesta semana a sua conhecida lista de favoritos ao prêmio. Todos os anos desde 2002, a entidade torna pública as apostas dos seus diretores.

Neste ano, a Colômbia chegou a figurar entre os nomes mais fortes por conta do acordo de paz firmado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e que colocaria fim ao mais longo conflito armado em andamento na América Latina. No entanto, após o pacto ter sido reprovado pela população do país em um referendo, Kristian Berg Harpviken, diretor do Prio, não considera mais o país como um possível vencedor.

Vale lembrar que essa lista se trata de uma especulação acerca dos favoritos e que não há garantia de que qualquer um dos nomes citados possa ser o escolhido. Ainda assim, pode ser um bom termômetro do que está por vir no Nobel da Paz 2016. Veja abaixo:

Svetlana Gannushkina

Svetlana é uma ativista russa conhecida e reconhecida como uma das mais importantes do país. Embora tenha uma longa história de defesa dos direitos humanos, é hoje uma das maiores aliadas dos migrantes (incluindo refugiados e solicitantes de asilo) por meio do Comitê de Assistência Civil, uma entidade dedicada a assistência legal e educacional dessas pessoas.

“Embora um prêmio para Gannushkina seja primordialmente por suas contribuições notáveis na proteção dos direitos dos migrantes, também traria atenção para as ações problemáticas da liderança russa, internacionalmente e nacionalmente”, pontuou a entidade ao explicar por que a enxergam como uma das favoritas ao Nobel da Paz 2016.

Ernest Moniz e Ali Akbar Salehi

Na visão do PRIOS, um dos maiores feitos da diplomacia mundial nos últimos anos é o acordo nuclear firmado em 2015 entre potências internacionais e o Irã. Com isso em mente, a entidade vê o físico americano Ernst Moniz, o secretário de Energia dos Estados Unidos, e o engenheiro nuclear iraquiano Ali Akbar Salehi, diretor da Organização de Energia Atômica, como os grandes atores dessas complexas negociações.

Ambos são cientistas com formação no consagrado Massachusetts Institute of Technology (MIT) e usaram seus conhecimentos científicos na construção desse acordo histórico. “São um excelente exemplo da diplomacia científica – o uso de suas competências acadêmicas para construir pontes entre pessoas e nações”, considerou a entidade. “E o mundo pode esperar aproveitar esses benefícios nos próximos anos. ”

“Os capacetes brancos” (Defesa Civil da Síria)

Em um país devastado pela guerra e pela violência de grupos armados, um se destaca por estar diariamente observando a ocorrência de ataques e bombardeios e pronto para salvar as vidas dos civis: os chamados “capacetes brancos”, como foram apelidados os membros da Defesa Civil da Síria e que são cidadãos comuns.

“Um prêmio para os capacetes brancos não seria apenas um prêmio para os esforços humanitários, mas chamaria a atenção para a notável – e raramente celebrada – resiliência de sociedades atingidas por um conflito”, destacou a entidade.

Edward Snowden

O ex-analista de sistemas da NSA é outro que a entidade cita como favorito. Vivendo na Rússia desde 2013, Snowden enfrenta nos EUA acusações de ter fornecido informações confidenciais para pessoas não autorizadas, em um escândalo no qual foi revelado o sistema de vigilância global dos EUA.

Para o Prio, é inegável o papel de Snowden em alertar a população mundial sobre a extensão e os perigos dessa vigilância. Mesmo sendo considerado um dos favoritos pela entidade, no entanto, ela lembra que sua candidatura é vista como controversa mesmo na Noruega, uma vez que não se sabe se o país permitiria sua ida a Oslo para receber o prêmio sem que fosse preso. 

Jeanne Nacatche Banyere, Jeannette Kahindo Bindu e Dr. Denis Mukwege

A República Democrática do Congo é um país que quase não conheceu momentos de paz e estabilidade nos últimos vinte anos. Devastada por constantes conflitos armados, a população da RDC conta com a ajuda deste trio para ajudar a amenizar os seus sofrimentos.

Jeanne e Jeanette são especializadas no tratamento de vítimas de ataques sexuais, uma das armas mais usadas pelos grupos armados durante os tempos de conflito.

Mukwege, por sua vez, é um ginecologista também dedicado ao auxílio dessas mulheres e a força por trás de um hospital que lida particularmente com esse problema. Hoje, ele é um dos maiores especialistas do mundo nos danos físicos e psicológicos sofridos por pessoas vítimas de estupro.

“Ao agraciar esse trio com um Nobel da Paz, o comitê tem a chance de reforçar a visibilidade da violência sexual em tempos de guerra como problema global”, considera a entidade. 

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