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Nigéria tardou em definição do Boko Haram como terrorista

Representante da Nigéria reconheceu que o Departamento de Estado "aprendeu a lição" e assegurou que no futuro agirá "mais rápido"

Líder do Boko Haram: "Até muito recentemente, o governo nigeriano era reticente" a considerar o Boko Haram como grupo terrorista, indicou o funcionário do Departamento de Estado (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2014 às 16h39.

Washington - Os Estados Unidos não designaram o Boko Haram como organização terrorista até novembro passado porque o governo nigeriano era "reticente" a fazer isso, afirmou nesta quinta-feira Robert Jackson, um alto cargo do escritório para Assuntos Africanos do Departamento de Estado americano.

Em uma audiência no Comitê das Relações Exteriores do Senado dos EUA sobre Boko Haram e a situação no norte da Nigéria após o sequestro de quase 300 meninas, Jackson reconheceu que o Departamento de Estado "aprendeu a lição" e assegurou que no futuro agirá "mais rápido".

"Até muito recentemente, o governo nigeriano era reticente" a considerar o Boko Haram como grupo terrorista, indicou o funcionário do Departamento de Estado.

Jackson explicou na audiência que o Departamento de Estado era partidário de ter definido antes a organização como terrorista, mas que atrasou a decisão a pedido da Nigéria, o que provocou um "debate" interno no máximo organismo da diplomacia americana, sobretudo a partir de 2011.

Segundo detalhou Jackson, apesar de o Departamento de Estado achar que o Boko Haram "cumpria com todos os requisitos" para ser designada como terrorista, o governo da Nigéria temia que a designação pudesse ser "contraproducente" ao considerar que "atrairia mais atenção" para a organização.

"Tivemos um debate saudável, mas respeitamos a opinião do governo nigeriano", apontou Jackson, que, apesar da insistência do senador republicano Marco Rubio em perguntar se tinha sido um "erro" demorar a fazê-lo, admitiu ter aprendido "a lição".

"O importante é que fizemos", sentenciou o especialista na África do Departamento de Estado.

O Departamento de Estado dos EUA declarou formalmente o Boko Haram, um grupo islamita que atua na Nigéria e que tem vínculos com a Al Qaeda no Magrebe Islâmico, como organização terrorista em 13 de novembro, após incluir em junho de 2012 a três de seus líderes em sua lista oficial de terroristas.

As medidas cortam o acesso da organização ao financiamento americano.

Jackson avançou também que o governo nigeriano já mostrou sua predisposição a colaborar com os Estados Unidos para incluir o Boko Haram na lista de grupos terroristas das Nações Unidas.

Além disso, o senador democrata Robert Menéndez criticou durante a audiência a "trágica e inaceitavelmente lenta resposta" do governo do presidente Goodluck Jonathan pela crise do sequestro das meninas.

A diretora de Assuntos Africanos do Departamento de Defesa dos EUA, Alice Friend, também declarou na audiência do Senado que foram amplamente documentadas "grandes violações dos direitos humanos" por parte do exército nigeriano, o que, acrescentou, "afeta muito" a colaboração com os militares americanos.

"Não damos assistência quando temos informação crível de que cometeram grandes violações dos direitos humanos. Com essa consideração em mente, trabalhamos para nos envolver onde e como fosse possível", ajudando o exército nigeriano a enfrentar a ameaça de Boko Haram, acrescentou Alice.

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Washington - Os Estados Unidos não designaram o Boko Haram como organização terrorista até novembro passado porque o governo nigeriano era "reticente" a fazer isso, afirmou nesta quinta-feira Robert Jackson, um alto cargo do escritório para Assuntos Africanos do Departamento de Estado americano.

Em uma audiência no Comitê das Relações Exteriores do Senado dos EUA sobre Boko Haram e a situação no norte da Nigéria após o sequestro de quase 300 meninas, Jackson reconheceu que o Departamento de Estado "aprendeu a lição" e assegurou que no futuro agirá "mais rápido".

"Até muito recentemente, o governo nigeriano era reticente" a considerar o Boko Haram como grupo terrorista, indicou o funcionário do Departamento de Estado.

Jackson explicou na audiência que o Departamento de Estado era partidário de ter definido antes a organização como terrorista, mas que atrasou a decisão a pedido da Nigéria, o que provocou um "debate" interno no máximo organismo da diplomacia americana, sobretudo a partir de 2011.

Segundo detalhou Jackson, apesar de o Departamento de Estado achar que o Boko Haram "cumpria com todos os requisitos" para ser designada como terrorista, o governo da Nigéria temia que a designação pudesse ser "contraproducente" ao considerar que "atrairia mais atenção" para a organização.

"Tivemos um debate saudável, mas respeitamos a opinião do governo nigeriano", apontou Jackson, que, apesar da insistência do senador republicano Marco Rubio em perguntar se tinha sido um "erro" demorar a fazê-lo, admitiu ter aprendido "a lição".

"O importante é que fizemos", sentenciou o especialista na África do Departamento de Estado.

O Departamento de Estado dos EUA declarou formalmente o Boko Haram, um grupo islamita que atua na Nigéria e que tem vínculos com a Al Qaeda no Magrebe Islâmico, como organização terrorista em 13 de novembro, após incluir em junho de 2012 a três de seus líderes em sua lista oficial de terroristas.

As medidas cortam o acesso da organização ao financiamento americano.

Jackson avançou também que o governo nigeriano já mostrou sua predisposição a colaborar com os Estados Unidos para incluir o Boko Haram na lista de grupos terroristas das Nações Unidas.

Além disso, o senador democrata Robert Menéndez criticou durante a audiência a "trágica e inaceitavelmente lenta resposta" do governo do presidente Goodluck Jonathan pela crise do sequestro das meninas.

A diretora de Assuntos Africanos do Departamento de Defesa dos EUA, Alice Friend, também declarou na audiência do Senado que foram amplamente documentadas "grandes violações dos direitos humanos" por parte do exército nigeriano, o que, acrescentou, "afeta muito" a colaboração com os militares americanos.

"Não damos assistência quando temos informação crível de que cometeram grandes violações dos direitos humanos. Com essa consideração em mente, trabalhamos para nos envolver onde e como fosse possível", ajudando o exército nigeriano a enfrentar a ameaça de Boko Haram, acrescentou Alice.

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