Níger promete anistia e reinserção a desertores do Boko Haram
A oferta acontece dois dias depois que 31 jihadistas da seita se entregaram às autoridades
EFE
Publicado em 29 de dezembro de 2016 às 13h55.
Niamey - O governo do Níger convidou nesta quinta-feira todos os cidadãos de seu país que militam no grupo jihadista Boko Haram a se renderem, e lhes prometeu anistia e benefícios de um programa de reinserção social.
A oferta, feita pelo ministro do Interior Mohammed Bazoum através da rádio nacional, acontece dois dias depois que 31 jihadistas desta seita surgida na Nigéria, mas que também atua no Níger e no Chade, se entregaram às autoridades.
"Lançamos um convite a todos os nossos compatriotas nas fileiras da seita Boko Haram e que queiram seguir os passos dos que os precederam: vamos garantir sua segurança, vamos anistiá-los e evitar qualquer perseguição judicial; e, ao contrário disto, prometemos uma série de apoios", disse Bazoum.
"Acondicionamos um acampamento que chamamos 'de passagem' para os que aceitarem nossa proposta, na cidade de Diffa (no sudeste do país, a região que mais recebeu ataques do Boko Haram). Também contemplamos a construção de outro acampamento no departamento de Goudoumaria", disse o ministro, que acaba de realizar uma visita à região.
O ministro também prometeu a realização de um programa de reinserção social para os que desertarem voluntariamente das fileiras jihadistas:
"Vamos instalá-los e convidá-los para certas atividades, além de realizar um programa de desradicalização e, progressivamente, preparar sua reinserção social", disse Bazoum.
O grupo Boko Haram sofreu no último dia 24 um dos golpes mais duros em seu reduto de Sambisa, a floresta situada na região nordeste da Nigéria, onde o exército desmantelou aquele que era considerado seu quartel principal, o que causou a fuga de seus integrantes.
Em seus sete anos de atividade, acredita-se que o Boko Haram foi responsável pelo assassinato de cerca de 20 mil pessoas e o deslocamento de quase 2 milhões entre as fronteiras de Nigéria, Níger e Chade.