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Nicarágua cria comissão para investigar morte de 45 pessoas em protestos

A "Comissão da Verdade, Justiça e Paz" foi aprovada pelo Parlamento durante um dia em que centenas voltaram a protestar para exigir justiça para as vítimas

Nicarágua: os protestos iniciados por estudantes no dia 18 de abril criticavam a reforma da Previdência (Oswaldo Rivas/Reuters)

Nicarágua: os protestos iniciados por estudantes no dia 18 de abril criticavam a reforma da Previdência (Oswaldo Rivas/Reuters)

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AFP

Publicado em 7 de maio de 2018 às 06h28.

O Parlamento da Nicarágua, dominado pelo governo, criou no domingo uma "Comissão da Verdade" para esclarecer as mortes de 45 pessoas durante protestos contra o presidente Daniel Ortega há duas semanas.

A "Comissão da Verdade, Justiça e Paz", integrada por cinco pessoas, foi aprovada pelo Parlamento durante um dia em que centenas de pessoas voltaram a protestar para exigir justiça para as vítimas.

Os protestos iniciados por estudantes no dia 18 de abril - e que receberam a adesão de outros setores - contra a reforma da Previdência deixaram 45 mortos e 400 feridos em todo o país, segundo o C entro Nicaraguense de Direitos Humanos (CENIDH), um organismo independente.

A comissão, questionada por opositores ao governo e organismos independentes de defesa dos direitos humanos, deve apresentar um relatório de sua investigação em três meses, anunciou o presidente do Parlamento, Gustavo Porras, durante uma sessão plenária de 20 minutos.

A comissão é integrada pelo economista Cairo Amador, a ex-reitora da Universidade das Regiões Autônomas da Costa Caribe Nicaraguense (URACCAN) Mirna Cunninhgam, o vice-presidente do Conselho Nacional de Universidades (CNU) Jairo López, o padre Uriel Molina e um dos membros da Procuradoria de Direitos Humanos, Adolfo Jarquin.

A sociedade civil exigia uma investigação independente, com a participação de organismos internacionais, para determinar as responsabilidade pelas mortes e feridos nos protestos.

Mas o governo rejeitou uma visita da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) ao país ára avaliar a situação e pediu ao organismo que aguarde os resultados de um diálogo nacional que terá a mediação de da Igreja Católica, a pedido de Ortega.

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