Protestos: (Oswaldo Rivas/Reuters)
EFE
Publicado em 31 de maio de 2018 às 17h30.
Manágua .- A ministra da Saúde da Nicarágua, Sonia Castro, confirmou nesta quinta-feira que 15 pessoas morreram e outras 199 ficaram feridas entre quarta-feira e a madrugada de hoje durante os protestos ocorridos em diferentes pontos do país contra o governo do presidente Daniel Ortega.
Em diferentes centros de saúde pública e privada "foram atendidas 199 pessoas que foram lesionadas e também temos os 15 mortos", afirmou a ministra em entrevista coletiva junto a outros funcionários públicos.
Esta é a segunda vez desde que explodiu a crise, em 18 de abril, que o governo de Ortega confirma um número de mortos durante os protestos, nos quais, segundo organismos humanitários, as vítimas mortais já rondam 100 pessoas.
A primeira vez aconteceu quando a vice-presidente do país, Rosario Murillo, fez um pronunciamento no dia 20 de abril falando de 10 mortos.
O subdiretor da Polícia Nacional, Francisco Díaz, leu nesta quinta-feira na entrevista coletiva um relatório que detalhou que, das 15 mortes registradas nas últimas horas, sete aconteceram na capital Manágua, três em Chinandega, quatro em Estelí e uma em Masaya.
Por sua vez, o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh) divulgou um relatório preliminar no qual cifrou em pelo menos 11 o número de mortos e 79 o de feridos durante os incidentes de quarta-feira e hoje.
No último dia 16 de maio foi instalada uma mesa de diálogo nacional, cujas sessões estão suspensas desde a semana passada, com a participação do governo e de uma aliança da sociedade civil - que aglutina estudantes, empresários, setor agrário e acadêmico, entre outros -, que com a mediação da Igreja pretendem conseguir uma saída à crise.
Nesse sentido, a Conferência Episcopal da Nicarágua advertiu nesta quinta-feira que o diálogo não será retomado enquanto houver repressão.
A Nicarágua atravessa uma crise sociopolítica que deixou pelo menos 76 mortos desde 18 de abril, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), 83 segundo a Anistia Internacional (AI) e 85 de acordo com a Comissão da Verdade, Justiça e Paz nicaraguense.