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Nelson Mandela segue em estado crítico, segundo Jacob Zuma

Presidente sul-africano afirma que Mandela permanece em estado crítico após 17 dias de internação devido infecção pulmonar

Nelson Mandela em junho de 2010: ex-presidente sul-africano de 94 anos continua em estado "crítico", segundo anúncio presidencial (Siphiwe Sibeko/AFP)

Nelson Mandela em junho de 2010: ex-presidente sul-africano de 94 anos continua em estado "crítico", segundo anúncio presidencial (Siphiwe Sibeko/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2013 às 09h45.

Johannesburgo - O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, de 94 anos, permanece em estado crítico no hospital onde foi internado há 17 dias por uma infecção pulmonar, afirmou nesta segunda-feira o presidente da África do Sul, Jacob Zuma.

"O ex-presidente Mandela permanece em estado crítico no hospital. Os médicos fazem todo o possível para assegurar o bem-estar e conforto", disse Zuma à imprensa estrangeira.

"Fui ao hospital durante a noite", completou Zuma.

"Mandela dormia, o vimos e depois conversamos um pouco com os médicos e com sua esposa Graça Machel", relatou o presidente sul-africano.

"Não estou em condições de dar mais detalhes, não sou médico", afirmou Zuma em uma entrevista coletiva que estava programada há semanas para falar sobre as eleições de 2014.

No domingo à noite, a presidência sul-africana havia anunciado que Nelson Mandela estava em estado "crítico" há 24 horas.

"O estado do ex-presidente Nelson Mandela, internado em um hospital de Pretória, é crítico", destacava o comunicado da presidência, que pediu "à Nação e ao mundo que rezem" pelo líder sul-africano.

Segundo a nota oficial, o presidente Jacob Zuma, o vice-presidente da ANC (partido no poder), Cyril Ramaphosa, e Graça Machel, mulher de Mandela, se reuniram no hospital para discutir a situação.

Em Pretória, diante do Mediclinic Heart Hospital, várias pessoas se aproximavam para depositar mensagens, balões e flores.


"Meu desejo mais profundo era que se recuperasse para que as próximas gerações pudessem ver este homem, que lutou por nós", disse à AFP Phathani Mbatha diante do hospital.

"Lamentavelmente não se pode fazer nada, a não ser rezar por ele", completou.

Em Washington, a Casa Branca declarou no domingo que seus pensamentos e orações estão dirigidos a Nelson Mandela, no momento em que o presidente Barack Obama prepara uma viagem à África do Sul.

"Tomamos conhecimento das últimas declarações do governo sul-africano sobre o estado crítico de saúde do ex-presidente Mandela", declarou a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Caitlin Hayden.

Após uma semana de silêncio, a presidência havia comunicado no sábado que o estado de Mandela era "grave mas estável", depois do canal de televisão CBS revelar um agravamento do quadro.

Segundo a CBS, o fígado e os rins de Mandela têm apenas 50% de funcionamento e o ex-presidente "não responde" e "não abre os olhos há dias".

A presidência sul-africana também reafirmou neste domingo que o problema mecânico na ambulância que levava Mandela ao hospital na madrugada de 8 de junho, o que atrasou sua chegada em 40 minutos, não agravou seu estado de saúde.

De acordo com a CBS, Mandela precisou ser ressuscitado ao chegar no hospital.

Durante a semana, houve um certo otimismo com a evolução do quadro de Mandela, a ponto de o ex-presidente Thabo Mbeki afirmar, na quinta-feira, que seu predecessor "não iria morrer amanhã". "Temos que ter confiança: ele ainda está conosco e vai permanecer conosco".

Mandela, ícone da luta contra o apartheid e primeiro presidente negro da África do Sul, em 1994, fará 95 anos no dia 18 de julho.

Desde dezembro passado, Mandela foi internado em quatro ocasiões, vítima das infecções pulmonares que sofre há anos, provavelmente devido às sequelas da tuberculose contraída na prisão da ilha de Robben, onde passou 18 dos 27 anos de prisão sob o regime racista do apartheid.

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