Chanceler do Irã, Javad Zarif, durante coletiva de imprensa depois de negociações com a chefe de política externa da União Europeia (Ruben Sprich/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2013 às 17h16.
Paris - O principal negociador nuclear iraniano disse nesta terça-feira que a estrutura de um acordo com as potências mundiais seria "possível nesta semana", mas que um eventual atraso não será desastroso.
O Irã retoma na quinta-feira, em Genebra, as negociações a respeito do seu programa nuclear com o grupo conhecido como P5+1, formado por Estados Unidos, Rússia, França, Grã-Bretanha, China e Alemanha.
Os EUA e seus aliados há anos acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares, o que a República Islâmica nega, insistindo no caráter pacífico das suas atividades.
Nas últimas semanas, no entanto, Teerã vem acenando com a possibilidade de fazer concessões importantes, inclusive a respeito da estratégica atividade de enriquecimento de urânio, em troca de um alívio nas sanções internacionais às quais o país está submetido.
"Acredito que haja muito trabalho a ser feito. Obtivemos algum progresso, mas há uma grande dose de desconfiança no Irã a respeito da atitude, do comportamento e da abordagem de alguns membros do P5+1", disse o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, a um canal de TV durante visita a Paris.
"Acredito que se não tivermos um avanço nesta rodada não será um desastre", acrescentou o ministro. "Não é tão difícil alcançar o acordo, e é possível inclusive durante essa reunião (em Genebra). Acredito que já fomos muito longe, então precisamos dar mais alguns passos." Paralelamente, o Irã mantém negociações com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para que inspetores internacionais retomem as investigações sobre supostas dimensões militares do programa nuclear iraniano.
Nesta terça-feira, a TV estatal iraniana anunciou que o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, irá visitar Teerã no próximo dia 11, no que indica um possível avanço nessa frente de discussões.
A AIEA limitou-se a dizer que um convite a Amano para visitar Teerã está "sendo considerado".
Após anos de confronto com o Ocidente, o Irã adotou um tom mais conciliador desde a eleição do moderado Hassan Rouhani como presidente do país, em junho.