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Navios dos EUA navegam perto de ilhas reivindicadas por Pequim

Ação ocorre alguns dias após o Pentágono ter desconvidado a China para um grande exercício naval promovido pelos EUA.

navio de guerra americano Zumwalt (U.S. Navy photo illustration//Wikimedia Commons)

navio de guerra americano Zumwalt (U.S. Navy photo illustration//Wikimedia Commons)

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Reuters

Publicado em 27 de maio de 2018 às 15h37.

WASHINGTON - Dois navios de guerra da Marinha dos Estados Unidos navegavam perto das ilhas do Mar do Sul da China reivindicadas pela China no domingo, disseram duas autoridades norte-americanas à Reuters, em uma atitude que levou à condenação por parte de Pequim enquanto o presidente Donald Trump busca sua cooperação contínua com a Coreia do Norte.

A operação é a mais recente tentativa de conter o que Washington vê como esforços de Pequim de limitar a liberdade de navegação em águas estratégicas.

Embora esta operação tenha sido planejada com meses de antecedência, e operações semelhantes tenham se tornado rotineiras, ela ocorre em um momento particularmente delicado e apenas alguns dias após o Pentágono ter desconvidado a China para um grande exercício naval promovido pelos EUA.

Autoridades dos EUA, falando sob condição de anonimato, disseram que o destroyer de mísseis guiados Higgins e o Antietam, um cruiser de mísseis guiados, chegaram a 12 milhas náuticas das Ilhas Paracel, entre uma série de ilhotas, recifes e bancos de areia sobre os quais a China tem disputas territoriais com seus vizinhos.

Os navios militares dos EUA realizaram operações de manobra perto das ilhas Tree, Lincoln, Triton e Woody, nos Paracels, disse uma das autoridades.

O cancelamento da reunião de Trump com o líder norte-coreano Kim Jong Un colocou mais pressão sob os laços entre EUA e China em meio a uma disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Críticos das operações, conhecidas como "liberdade de navegação", disseram que elas têm pouco impacto no comportamento chinês e são amplamente simbólicas.

O militares dos EUA têm uma posição de longa data de que suas operações são realizadas em todo o mundo, inclusive em áreas reivindicadas por aliados, e que são separadas de considerações políticas.

Fotografias de satélite tiradas em 12 de maio mostraram que a China aparentemente instalou mísseis em Woody Island.

Mais cedo deste mês, a força aérea da China pousou bombardeiros em ilhas disputadas e recifes no Mar do Sul da China como parte de um exercício de treinamento na região, provocando preocupação do Vietnã e das Filipinas.

Os militares dos EUA não comentaram diretamente sobre a operação de domingo, mas disseram que as forças dos EUA operam diariamente na região.

"Conduzimos operações regulares de rotina das Operações de Liberdade Navegação (FONOPs, na sigla em inglês), como fizemos no passado e continuaremos a fazer no futuro", afirmou a Frota do Pacífico dos Estados Unidos em comunicado.

O Ministério da Defesa da China expressou sua revolta, dizendo ter enviado navios e aviões para alertar os navios de guerra dos EUA a deixar o local, dizendo que eles entraram nas águas territoriais do país sem permissão.

A medida "contraria a lei internacional e a chinesa, infringe seriamente a soberania chinesa (e) prejudicava a confiança mútua estratégica entre as duas forças armadas", afirmou.

Em comunicado separado, o Ministério das Relações Exteriores da China pediu aos Estados Unidos que parem com tais ações.

"A China continuará a tomar todas as medidas necessárias para defender a soberania e a segurança do país", acrescentou, sem elaborar.

(Reportagem de Idress Ali em Washington; Reportagem adicional de Ben Blanchard em Pequim)

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