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Na ONU, Ruanda chama Congo de "bebê chorão"

Embaixador acusou o Congo de "chorar como um bebê", enquanto o seu homólogo congolês, disse que o "comportamento arrogante de Ruanda deve parar"

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2014 às 19h52.

Nações Unidas - O Conselho de Segurança da ONU ressaltou nesta quinta-feira que os rebeldes M23 devem ser impedidos de se reagruparem na República Democrática do Congo e manifestou preocupação com a ajuda que soldados congoleses fornecem a milícias ruandesas formadas pela etnia hutu, o que provocou um confronto retórico entre representantes dos países.

O embaixador de Ruanda na ONU, Eugène Gasana, um membro temporário do Conselho de Segurança de 15 nações, acusou o Congo de "chorar como um bebê", enquanto o seu homólogo congolês, Ignace Gata Mavita wa Lufuta, disse que o "comportamento arrogante de Ruanda deve parar".

Ruanda tem repetidamente intervido no Congo, dizendo que o país tinha que perseguir a milícia hutu, as Forças Democráticas pela Libertação de Ruanda (FDLR), que fugiram depois do genocídio de Ruanda em 1994. Congo e Ruanda lutaram duas guerras em duas décadas no leste congolês.

O Conselho de Segurança da ONU manifestou preocupação com a violência no leste congolês em uma resolução adotada por unanimidade que renovou um embargo de armas e sanções específicas, incluindo a proibição de viagens e o congelamento de bens, contra a República Democrática do Congo.

O alto funcionário da ONU no Congo, Martin Kobler, disse que houve relatos críveis de que os rebeldes M23 pareciam estar se reagrupando apenas dois meses depois que as tropas congolesas e as forças de paz da ONU derrotaram a insurgência liderada pelos tutsi.

Especialistas da ONU, que monitoram as violações de sanções da ONU, e a República Democrática do Congo há muito acusam ​​Ruanda de apoiar o M23, que declarou o fim de sua rebelião de 20 meses em novembro, uma reivindicação que Kigali tem ferozmente rejeitado.

Ruanda e especialistas da ONU acusaram as tropas congolesas de colaborarem com a FDLR, que inclui os hutus que fugiram de Ruanda após o genocídio de 800 mil tutsis e hutus moderados. Kinshasa nega a alegação.

"Esses caras (Congo), como todos os dias, aparecem e choram como bebês", disse Gasana a repórteres após a reunião do conselho. "Ruanda é um país pequeno. O Congo é rico. O Congo tem tudo. Como é que Ruanda é sempre o bode expiatório?" Gata Mavita wa Lufuta disse ao Conselho de Segurança: "Nós somos um país soberano e devemos ser respeitados como tal e este comportamento arrogante (de Ruanda) deve acabar." 

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