A viagem de Barack Obama marca a primeira visita de um presidente norte-americano em atividade na Etiópia (REUTERS/Jonathan Ernst)
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2015 às 17h44.
Addis Ababa - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu aos líderes da Etiópia para acabarem com a repressão à liberdade de imprensa e à abertura política, no momento em que inicia sua visita ao país - bastante criticada por grupos de direitos humanos que afirmam que a viagem legitima um governo opressivo.
"Quando todas as vozes estão sendo escutadas, quando as pessoas sabem que estão sendo incluídas no processo político, isso faz o país mais bem sucedido", disse Obama durante uma coletiva de imprensa com o primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn.
A viagem marca a primeira visita de um presidente norte-americano em atividade na Etiópia, que vive um crescimento na economia, após ser conhecido como um país marcado pela pobreza e fome.
No final desta segunda-feira, Obama participou de uma reunião com líderes africanos sobre a crise no Sudão do Sul, afirmando-os que espera que a discussão ajude a "trazer o tipo de paz que as pessoas do Sudão do Sul precisam desesperadamente".
"As condições no local estão ficando muito, muito piores", declarou Obama durante a coletiva de imprensa.
Ele disse que se um acordo de paz não for alcançado até o prazo final, em 17 de agosto, os EUA e seus aliados terão de "considerar que outras ferramentas tem".
As opções em consideração incluem o aumento das sanções econômicas ao país e um embargo de armas.
Obama chegou na Etiópia no final do domingo, após viagem ao Quênia, país aonde nasceu seu pai.
A crise no Sudão do Sul e os desafios de direitos humanos pontuaram a viagem que tinha o objetivo de celebrar a visita do primeiro presidente negro dos EUA no continente africano.
Apesar do progresso na Etiópia, há grandes preocupações em relação as liberdades políticas no país, no qual nas últimas eleições, em maio, o partido do governo ganhou todas as cadeiras no Parlamento.
Obama afirmou que foi sincero em suas discussões com os líderes africanos sobre a necessidade de permitir que oponentes políticos ajam livremente.
Ele também defendeu sua decisão de viajar para a Etiópia, comparando com a relação dos EUA com a China, outro país que enfrenta problemas de direitos humanos.
"Ninguém questiona nossa necessidade de relacionamento com países grandes que podemos ter diferenças nessas questões", ele disse. "Isso também se aplica no continente africano", comentou.