Musk endossa extrema-direta alemã a dois meses da eleição
Bilionário publicou no X que "só a AfD pode salvar a Alemanha"
Agência de Notícias
Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 15h12.
Última atualização em 20 de dezembro de 2024 às 15h13.
O magnata norte-americano Elon Musk, aliado próximo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump , manifestou nesta sexta-feira, 20, seu apoio explícito ao partido ultradireitista alemão Alternativa para a Alemanha ( AfD ), a dois meses das eleições antecipadas no país.
"Só a AfD pode salvar a Alemanha", declarou Musk em sua rede social X. Musk, que no passado já expressou simpatia por posições de diversos movimentos ultradireitistas europeus, publicou o comentário em resposta a um vídeo de uma youtuber alemã. O vídeo critica o candidato conservador alemão e líder nas pesquisas de intenção de voto, Friedrich Merz, por recusar qualquer cooperação com a extrema-direita.
A candidata da AfD à chancelaria, Alice Weidel, respondeu à publicação de Musk afirmando que ele está "completamente certo". "Por favor, veja minha entrevista sobre o presidente Trump, sobre como a socialista Merkel (em alusão à ex-chanceler conservadora) arruinou nosso país, sobre como a União Soviética Europeia (sic) destrói a espinha dorsal econômica dos países e a Alemanha disfuncional", disse Weidel.
Musk e sua interferência na política alemã
Esta não é a primeira vez que Musk se envolve na política alemã. Em novembro, ele usou sua rede social para chamar o chanceler social-democrata Olaf Scholz de "palhaço". O governo alemão respondeu com ironia, mencionando que, no X, a liberdade permite "todas as loucuras possíveis para os palhaços".
A AfD, partido eurocético e anti-imigração, é classificado parcialmente como extremista pelas autoridades alemãs e tem chances de ficar em segundo lugar nas eleições de fevereiro, segundo pesquisas.
De acordo com a pesquisa Politbarometer divulgada pela emissora pública ZDF nesta sexta-feira, o bloco conservador liderado por Merz caiu dois pontos, marcando 31%. A AfD subiu dois pontos e chegou a19%, enquanto os social-democratas do chanceler Scholz permanecem com16%. Apesar disso, é improvável que a AfD participe do próximo governo, pois os demais partidos mantêm um "cordão sanitário", rejeitando qualquer cooperação com a extrema-direita.