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Mundo quase mergulha em crise nuclear por causa de notícia falsa

No Twitter, ministro do Paquistão "lembrou" Israel do seu poderio nuclear. Mas esse tuíte foi baseado em informações inverídicas que circularam na internet

Teste nuclear: o Paquistão é um dos países com os maiores arsenais nucleares do mundo (Wikimedia Commons/Divulgação)

Teste nuclear: o Paquistão é um dos países com os maiores arsenais nucleares do mundo (Wikimedia Commons/Divulgação)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 26 de dezembro de 2016 às 15h48.

Última atualização em 12 de julho de 2017 às 15h51.

São Paulo – Uma das potências nucleares do mundo, segundo estimativas da ICAN, o Paquistão se envolveu em uma saia justa diplomática no último final de semana quando seu ministro da Defesa, Khawaja Asi, alfinetou Israel no Twitter por causa de uma notícia que depois se revelou falsa.

“O ministro da Defesa de Israel ameaçou uma retaliação nuclear presumindo uma participação do Paquistão na Síria contra o Daesh (Estado Islâmico). Israel esquece que o Paquistão também é uma potência nuclear”, lia-se na mensagem postada na conta pessoal de Asi no último dia 23 de dezembro.

https://twitter.com/KhawajaMAsif/status/812370140507545600

A resposta da autoridade paquistanesa, explicaram a rede de notícias americana CNN e o jornal israelense The Times of Israel, foi com base em uma notícia mentirosa publicada por um site chamado AWDNews. O texto atribuía a Moshe Yaalon, ex-ministro da Defesa de Israel, uma ameaça ao Paquistão, se o país decidisse por se envolver na crise Síria.

“Vamos destruí-los com um ataque nuclear”, dizia a notícia.

No dia seguinte ao tuíte de Asi, no entanto, o perfil oficial do Ministério da Defesa de Israel respondeu afirmando que a ameaça israelense sobre a qual se referiu era “inteiramente falsa”. “A declaração atribuída ao ex-ministro Yaalon sobre o Paquistão nunca foi feita”, pontuaram.

Tentando amenizar o constrangimento diplomático, Asi voltou ao Twitter dias depois, lembrando que o programa nuclear paquistanês existe “para proteger a nossa liberdade”. “Queremos coexistir em paz, na nossa região e além dela”, disse o ministro em resposta ao jornal americano The New York Times, que o questionou sobre o assunto.

Ainda de acordo com o veículo israelense, Israel nunca admitiu ou negou publicamente possuir armas nucleares. Tampouco realizou ameaças de usá-las. Para a publicação, seria altamente improvável que o país tivesse feito uma declaração daquela sorte. “Comentários ostensivos como aqueles feitos por Yaalon teriam repercutido internacionalmente”, pontuou o jornal.

Notícias falsas

O caso vem à tona em um momento em que o mundo inteiro está de olhos abertos para a notícias inverídicas nas redes sociais e internet afora. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Partido Democrata veio à público rechaçar o alto número de postagens de teor duvidoso que circularam no Facebook durante a corrida eleitoral para a presidência.

Agora, o Facebook disse que irá desenvolver uma ferramenta para evitar a disseminação de conteúdos e artigos falsos. Informou, ainda, que irá trabalhar em conjunto com sites especializados na checagem de informações para garantir a verificação de autenticidade das notícias divulgadas na rede social.

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